Pra sobreviver, a minha fala não condiz com o que eu penso
Pra compreender, o que eu ouço soa mais que a minha voz
Pra progredir, o que eu busquei transcendeu minhas paredes.
Pra revelar, o que eu digo não acoberta o que eu faço.
Pra perceber, a minha alma vê melhor que os meus olhos
Pra contestar, minhas desculpas se curvam aos fundamentos.
Pra decidir, meu coração falou mais alto que a razão
Pra denegrir, a indiferença doeu mais que a rebeldia.
Pra combater, o meu sorriso disfarçou a minha dor.
Pra resistir, a minha revolta se vestiu de fantasia
Pra proteger, o meu silêncio disse mais que os atos meus
Pra debater, a minha coragem ecoou dentro de mim.
E eu que vivo cada impulso desses atos
De contraponto e paradoxos vitais
Meus verbos vivos que vivendo me retratam
Fatos que, de fato, são atos, são parte de mim.
Leila Rodrigues
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