quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Andemos pois



Eu juro que tentei mas não consegui dar conta de tudo neste Natal. Foram tantas mensagens, tantos vídeos e textos que eu quase tive uma overdose “natalística". Confesso, não consegui ler com a merecida calma todos os textos assim como não consegui desejar aquele Feliz Natal que eu gostaria a todos os meus amigos. Chego à conclusão de que eu não sei viver tecnologicamente ainda. Essa coisa de ter que estar em tudo, lembrar de tudo, curtir e compartilhar tudo dá muito trabalho. Não sei curtir sem ler de verdade, não sei ser rasa a tal ponto. Sei que a intenção de todos foi ótima e que todas as mensagens tinham uma lição interessante. Agradeço de coração todas as manifestações mas eu precisava de um limite. Então desejei do fundo do meu coração boas e felizes festas a todos que estavam perto e que estavam longe, porém  optei por curtir quem estava do meu lado ou na mesma casa que eu e compartilhar com eles a minha alegria. Optei por mais presenças que presentes, por vozes, risos e abraços. 
Vem aí o segundo round desta festa. Hora de fechar um ciclo e automaticamente iniciar outro. Difícil não é?! Principalmente porque estamos falando de pessoas que não dispõe da tecla limpar/recomeçar implantada na cabeça. O nosso botão liga/desliga quebrou no momento que conectou com nossas emoções. Dispomos sim dos antepassados que formam nossas raízes. Dispomos de memórias, histórias e sentimentos que formam quem somos hoje. 
Daqui a pouco muda o calendário e nós, naturalmente renovamos nossos propósitos, traçamos nossas metas e refazemos nossas listas de intenções. Isso não significa que zeramos nossas contas nem que apagamos nossa história até aqui.  Também não estamos falando de uma versão nova de nós mesmos a partir do dia primeiro como se fossemos um celular que chegou com melhorias programadas para vencer a concorrência. Não somos tão desumanos assim. Vivenciar o novo ciclo é apenas o nosso jeito humano de aproveitar a matemática do calendário  para dar a nós mesmos um sentido de recomeço. Recomeçar é preciso. Andemos pois. Afinal, enquanto estivermos por aqui é porque ainda há estrada a caminhar


Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis
Imagem da internet


Olá pessoal

Último post do ano. Hora de trocar o calendário, de mudar o número no talão de cheque, nas contas do mês, na lista de prioridades. Olhando assim tudo tão matemático! Tão previsível; não fosse o fato de sermos pessoas e como tal em constante busca da evolução. Cada um a seu modo, com o arsenal que tem busca ser feliz e evoluir. Sendo assim, usufruir da mudança dos números para renovar alguma coisa em nós é sempre uma ajuda a mais. 
Sem promessas absurdas, sem expectativas milagrosas eu desejo que você receba 2017 com todas as boas energias do universo, disposição  saúde. 
Esteja em paz, seja sobretudo uma boa companhia para você mesmo porque a partir daí, amar e respeitar o próximo será mera consequência. 

Muito obrigada pela visita aqui no Palavras, pelos minutos do seu tempo precioso que você investiu aqui. 

Um grande e caloroso abraço e um 2017 pleno 



Leila Rodrigues

sábado, 17 de dezembro de 2016

O melhor presente


E então chegou dezembro. E eu, como todo brasileiro quando recebe o 13o salário, fui às compras com a minha velha e boa lista de presentes. 
Depois de andar muito, entrar e sair de quase todos os estabelecimentos e rodar duas vezes o mesmo quarteirão, sentei-me em um daqueles bancos que certos abençoados colocam na frente das lojas e desabafei. Desisto! Não consigo encontrar o presente certo para tal pessoa. Meu filho, um excelente companheiro de compras que estava comigo, abraçou-me e sem perceber a grandeza da sua fala me disse sorrindo: "Relaxa mãe, o melhor presente é o que você quer dar, não o que a pessoa precisa.”
Sábias palavras meu filho! Estou até agora pensando nisso e revendo meus conceitos a respeito do verbo presentear. Adoro dar presentes e sempre gasto tempo e energia indo atrás de coisas que, no meu pensamento, vão deixar a outra pessoa feliz. E procuro aqui e ali, rodo ruas, procuro na internet, penso que não vai dar tempo de chegar, se vai servir, se a pessoa vai querer trocar... Enfim, um desgaste.
E sempre fica a velha dúvida, será que a pessoa vai gostar? Será que vai ser útil?
Presente bom é presente embrulhado com carinho e afeto. Quer presente melhor do que os presentinhos de avó? Geralmente são pequenas lembranças entregues com uma dose generosa de amor por aquelas mãozinhas mágicas das avós. Pode ser um sabonete, uma nota de 10 ou uma toalhinha com seu nome bordado. Vindo delas é sempre bem-vindo! 
Um cartão feito pelo filho, uma rosa deixada na janela, aquele CD gravado em casa com as músicas escolhidas a dedo, um vaso de manjericão plantado para você, um bolo fumegante de banana com canela. Tem coisa melhor que isso? Presente não vem com o preço mas claramente vem com valores. Não se compara uma jóia com um bolo, mas se compara o cuidado e atenção em fazer algo para o outro que vá provocar um sorriso, um conforto, um momento de alegria. 
Presentes não substituem a ausência, nem reparam danos do passado. Presentes não lavam a roupa suja das convivências distorcidas e não competem a atenção alheia. Presentes são apenas sentimentos empacotados com papel diferente e laços de fita. Seja na hora de dar ou de receber, que consigamos enxergar muito além dos embrulhos e dos pacotes coloridos, a verdadeira essência do presentear. Sejamos nós um pouco mais de presença para aqueles que amamos e qualquer pacote será mera formalidade. 

Leila Rodrigues

Fotos do meu a cervo pessoal: Eu e Vinícius Costa, um dos melhores presentes que eu já ganhei nesta vida e abaixo eu com meu último maravilhoso presente de Natal, olha a minha cara de felicidade!!!!

Olá pessoal,

Não tem jeito, quem gosta de presentear gosta mesmo! E eu sou uma dessas pessoas. Ver o sorriso da outra pessoa ao receber um “agrado” é algo ímpar. Confesso que já fiz loucuras para chegar ao presente que eu queria, também já errei feio e já exagerei na dose e me de mal depois. Faz parte! Tudo experiência e aprendizado. 
Fortalecendo ainda mais a minha crença de que nos comunicamos em outras dimensões, logo depois que eu escrevi este texto, ganhei de presente uma bandeja de vazinhos plantados com as minhas ervas prediletas. Olha a minha cara de felicidade!!!! Presente assim não tem comparação, é tiro certeiro no coração da gente! Gostei demais! Fatima (que me presenteou), todos os beijos para você. Muito obrigada.
Antes do Natal eu ainda volto com outra crônica. Então até lá, boas compras e ótimas escolhas!

Grande abraço

Leila Rodrigues







domingo, 4 de dezembro de 2016

Mais e menos



Eu já fui uma pessoa mais decidida; daquelas que arriscavam sem pensar e na manhã seguinte esperava as consequências de peito aberto pronta para a briga. Hoje penso mais antes de alguma decisão e não sinto vontade de brigar com as consequências como se a vida fosse um ring.  Procuro decidir pela coerência e espero o dia seguinte com o coração mais tranquilo. 
Eu já fui uma pessoa mais animada; daquelas que virava a noite na festa e que dançava como se a música fosse acabar. Foi um tempo ótimo, do qual eu tenho lembranças maravilhosas. Mas hoje prefiro os encontros onde eu conheço as pessoas. Assim eu posso dançar, cantar, sorrir e saborear os sorrisos alheios porque eles são para mim também. A reciprocidade ficou mais importante que a quantidade de pessoas. 
Eu já fui uma pessoa mais vaidosa, daquelas que investia alto em uma produção. Mas isso foi no tempo em que eu tinha uma preocupação grande em agradar, não era natural. Hoje me cuido porque me amo, não para conseguir uma nota boa de quem passa por mim. Hoje cuidar de mim tem a ver com saúde, bem estar, qualidade de vida. O que o outro pensa disso não me afeta mais. 
Ah eu também já fui uma pessoa mais disposta; daquelas que matavam o mamute, alimentava o leão e ainda corria para cuidar  dos filhotes. E sei que o fiz porque era necessário. Mas o tempo traz limites e hoje a minha linha de chegada não é a mesma dos outros. Aprendi ler e respeitar os meus próprios sinais. 
O tempo é o senhor do mais ou menos. Nos transforma em mais ou menos alguma coisa. Menos exigente, mais cauteloso, menos apressado, mais coerente. Mais humano, menos resistente. Mais maduros  e menos vaidosos. O tempo nos faz gostar de poesia, de por-do-sol, de sábado à tarde. Coisas que você não observa quando está ocupado demais em subir suas escadas. 
Ânimo, vaidade e disposição não morreram em mim. Eu continuo uma pessoa animada, disposta e decidida. Mudei minhas expectativas, mudei meu olhar e hoje exijo que as minhas atitudes respeitem meus valores. Se preciso for decido em segundos; se a festa for muito boa fico até amanhecer e se for para defender meus propósitos eu mato o leão e a família inteira dele. Desde que isto tenha sido uma decisão minha, fruto de uma conversa boa entre eu e eu mesma. Eu decido em que vou ser mais ou menos. Eu conduzo as minhas rédeas e viver ficou bem melhor assim. 


Leila Rodrigues


Olá pessoal,

Um dia mais disposto outro menos animado, um dia mais forte outro menos exigente. Assim vamos vivendo, equilibrando nossos mais e menos. Que tenhamos mais saúde, mais discernimento e sabedoria para fazer nossas escolhas e cada vez menos arrogância e apego.

Boa semana! Grande abraço

Leila Rodrigues



sábado, 26 de novembro de 2016

O melhor de ir



No começo, nas primeiras viagens à trabalho, eu sofria muito. Frio na barriga, tensão, vontade de não ir, medo de acontecer alguma coisa. Um dia me dei conta de que, na minha profissão, viajar seria uma rotina, se é que podemos relacionar viagem com rotina, afinal, cada dia um lugar diferente. Então decidi incorporar a viagem na minha vida e usufruir o melhor dela. 
A cada cidade uma cultura, novas pessoas, novos lugares. Um jeito diferente de fazer as coisas, um pãozinho diferente em cada padaria. Nesses anos todos, descobri um Brasil que eu não imaginava existir. Um Brasil de diversidades, de um povo hospitaleiro e bom, além de lugares  belíssimos. Fiz das minhas viagens à trabalho um grande aprendizado. Aprendi a gostar de São Paulo, essa gigante que, no meu conceito, domina o restante do país e descobri beleza em cada cidadezinha singela da minha região, o Centro Oeste Mineiro. Aprendi que o melhor de ir é voltar modificado.
Hoje sempre que viajo revejo meus conceitos sobre alguma coisa. A distância do nosso habitat nos permite ver as coisas sob um outro ângulo. As coisas, os fatos, a vida. Geralmente refaço minhas listas. Diminuo a lista das necessidades, crio novas prioridades e começo a pensar na próxima viagem.  Me faz bem esse exercício. Volto para casa animada para colocar em prática os desafios que me propus enquanto distante. 
Pode ter sido uma viagem rápida ou longa, isso não importa. O que importa aqui é usar a distância para uma reflexão. Distante dos nossos pertences, das nossas paredes acostumadas conosco podemos baixar a guarda. Aí fica mais fácil deixar-se entrar no novo ambiente  e consequentemente trabalhar ou se divertir. 
Para quem vai a trabalho, o foco ajuda a esquecer a distância de casa e as preocupações com os que deixamos. Quando a casa funciona sem a nossa presença é sinal que aprenderam a lição. Para quem vai a passeio tudo pode virar diversão. A comida, os lugares, as pessoas e até as mancadas. Basta deixar as malas no chão e junto com elas as bagagens da alma. Uma alma leve trabalha ou se distrai muito mais facilmente. 
E depois do trabalho feito com gosto e qualidade; depois da diversão, do riso e de liberada as endorfinas adormecidas, refletir será apenas uma consequência. Um presente que nos damos. Um convite ao recomeço de alguma coisa, nem que seja apenas uma melhor versão de nós mesmos. 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
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Olá pessoal,

quem viaja a trabalho sabe que não há glamour nenhum em passar a noite em um quarto bege que não tem identidade. É tudo frio. Saudade, cansaço, distância, vazio… esses são os companheiros dos ambulantes. E quando você não em outra saída, junte-se a eles e faça da viagem a sua melhor companhia. Foi o que eu fiz durante as minhas andanças e o que eu sempre falo com a minha equipe que ainda viaja muito. Seja qual for o motivo da sua viagem, aproveite para viajar com ela. 

Grande abraço

Leila Rodrigues


sábado, 19 de novembro de 2016

Metamorfose



Não tem muita explicação. A coisa acontece e pronto. Um dia você se pega ouvindo mais e falando menos; percebendo mais e opinando cada vez menos. 
Alguns chamam isso de maturidade, outros de experiência. Eu gosto de dizer que é o tempo da serenidade que chegou. 
O tempo da serenidade chega mansinho, sem alarde. Geralmente fruto de nossos silêncios e de nossas vivências. E quando ele chega, muitas coisas perdem o sentido e outras novas tomam seu lugar.
As frescuras da moda, por exemplo, não cabem no tempo da serenidade. A altura do salto, o tom da gravata; a ultima coleção. Todos eles saem e entram o conforto e a leveza nas nossas escolhas. A pressa de chegar se rende ao respeito pelos nossos limites.  E a prepotência do poder perde o sentido para o humano que existe dentro de nós.  No tempo da serenidade os verbos controlar e exigir soam estranho aos nossos ouvidos. É a grande metamorfose humana. Quando a velha e pesada roupa dos títulos, aquela que nos levou a atingir níveis cada vez mais altos, já não nos cabe mais. É quando voar deixa de ser para atingir o topo e passa a ser apenas para descortinar a paisagem. 
E quando o tempo da serenidade chega, estar sentado no trono ou não, não faz a menor diferença. A esta altura você já terá naturalmente se tornado um líder. Pode caminhar tranquilo pela calçada da vida, que seus seguidores encontrarão seu rastro. 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Image da Internet

Olá pessoal,

mudanças fazem parte de nossas vidas. Ainda que ficássemos parados no mesmo lugar, mudamos de opinião, mudamos de lado, mudamos nossos gostos no decorrer dos nosso dias. Mas a grande mudança do homem ocorre quando ele se percebe humano no real sentido da palavra. A isso eu chamo de metamorfose. Que ela aconteça com você e te faça um ser humano melhor e mais feliz.

Grande abraço

Leila Rodrigues



sábado, 5 de novembro de 2016

Ser em extinção



Ser em extinção

Numa sociedade em que a competição é cada dia mais acirrada, o mercado cada vez mais exigente e a concorrência cada dia mais inteligente, é preciso saber tudo de tudo. Se ontem bastava ser bom, hoje é preciso ser ótimo. É preciso se manter à frente das exigências da sua área de atuação. O básico virou banal. O complexo de ontem é o basicão de hoje e o démodé de amanhã.
Tudo isso é fato. Temos que buscar formas de sobreviver nesta selva. O lado B de tudo isso é que, esta busca desenfreada pelo sucesso ultrapassa os limites da sanidade. Onde é que está escrito que precisamos ser bons em tudo? 
Tenho visto pessoas fazendo um esforço sobre-humano para serem bons pais, bons filhos, bons amantes, bons alunos, excelentes profissionais, levar uma vida saudável e… ufa! E ainda correm daqui e dali para estarem em tudo e participarem de tudo. É cansativo só de ouvir!
 A palavra networking subiu à cabeça das pessoas. O que vemos são show-man e show-girl ambulantes. Atitudes premeditadas e comedidas que não passam de um plano para se chegar ao podium. Até o "bom dia" sorridente é premeditaado! Encontros e contatos são minuciosamente arquitetados. Elogios são distribuídos como fichas de entrada para um mundo melhor. Tudo faz parte da conquista do troféu de bem-sucedido! 
Onde estão as pessoas normais? Aquelas que têm a grandeza de dizerem que não sabem fazer algo, que perderam alguma coisa ou que se deram mal. Onde está você, ser em extinção?! 
Procura-se alguém que possa compartilhar verdades e não apenas vantagens. Procura-se por pessoas que saibam rir e chorar, perder e ganhar. Procura-se por gente que se machuca, que se esfola, que está na fila, que pede ajuda. Procura-se pessoas, não um case de sucesso. 
Ando correndo de quem está pronto, inteiro, formado. Tenho pena desses feras, perfeitos, acima de qualquer suspeita. Pessoas impecáveis, super-hiper-mega organizadas e produzidas me causam pânico. Tenho medo de pegar a doença da perfeição e nunca mais ser eu mesma. 
Mulheres perfeitas à base de fluoxetina. Homens bem-sucedidos escravos de um comprimido azul. E ninguém toca no assunto do que não deu certo. Fazem-se caras e bocas, sorrisos e poses. Tudo isso para disfarçar que, por trás dos holofotes, somos todos iguais! 

Imagem: Zygmund Bauman - sociólogo polonês autor de vários livros, dentre eles Amor Líquido.

Leila Rodrigues

Olá pessoal,

ser em extinção é um dos primeiros textos meus. E eu continuo com medo das pessoas perfeitas. Zygmund Bauman, filósofo polonês  que aparece na imagem acima, tem uma frase que eu gosto muito: "A preocupação com a administração da vida parece distanciar o ser humano da reflexão moral.” Pessoas excessivamente preparadas e retocadas para dar certo não me inspiram confiança. É bom se cuidar, é excelente ter foco e disciplina; mas robotizar-se para atingir seus objetivos, aí é perder o sabor de viver! Continuo preferindo aquelas pessoas que quebram o salto de vez em quando e ainda conseguem rir de si mesmas. 

Grande abraço



Leila Rodrigues

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Para hoje



Oi Vó,

Para mim não faz diferença se você nasceu de novo, se virou um cachorro ou se vive feliz em uma outra dimensão. Eu não pretendo te incomodar. Mas de vez em quando eu gosto de falar com você. Eu também não sei se você me houve, seria muita pretensão minha achar que você está a meu dispor. Mas é fato que eu gosto de trocar algumas poucas palavrinhas com você. 
Quando estou muito feliz,  passo ali na padaria e compro  um picolé, por exemplo. Nesta hora eu sempre me lembro de você e digo: "Vó, tá delicioso! Íamos nos divertir!” Também acontece quando tenho que entrar em uma reunião difícil, eu simplesmente te chamo: "Vó, vamos comigo! Eu preciso enfrentar aqueles leões. E você sempre soube fazer isso!"
Nunca questionei se você me ouviu ou não. E não pretendo classificar esses meus lampejos de diálogos com você em nenhuma categoria. Porém, me sinto bem quando os faço, revigorada de alguma forma que eu não sei explicar.  Acontece também com meu querido tio Roberto. Toda vez que canto me lembro dele e da alegria que ele distribuía ao seu redor. Aí canto mais forte ainda, como forma de agradecer por ter conhecido este homem incrível. 
Então vó, neste dia em que os vivos se dedicam a homenagear seus mortos, algo que eu nunca consegui entender muito bem, eu  não tenho nada para dizer que eu não tenha dito enquanto você viveu conosco. Nem para você, nem para o tio Roberto, nem para nenhuma das muitas pessoas queridas que se foram. O que eu tenho em mim é alegria e contentamento por ter convivido tão de perto com você. A pessoa mais integra e mais amorosa que eu já conheci. E uma saudade que nunca terá fim. 
Mas vai que você esteja me ouvindo, fica o meu breve recado: 
"Oi Vó, seja feliz onde você estiver! Luto para ser um dia igual a você!" 

Leila Rodrigues

Foto: Vinícius Costa

Olá pessoal,

Para a mãe que perdeu um filho, todos os dias são de saudade. Não importa se é finados ou não. Para quem perdeu seu grande amor, finados é só um dia vermelho no calendário porque a dor da saudade acontece na calada da madrugada quando se procura o outro para um abraço. 
Então como eu disse no texto, sempre tive um pouco de dificuldade de entender este dia. Respeito as opções e expressões de cada um. Todos nós trazemos no peito uma saudade, essa dor latente que não tem medicamento que cure. Cada um a seu modo vai tentar carregar essa dor pelos dias afora. Acomodar a saudade no meio da correria dos dias comuns, da vida que segue. Para todos que hoje choram a perda de uma pessoa querida, deixo aqui o meu abraço sincero.




Leila Rodrigues

domingo, 30 de outubro de 2016

Quando estamos juntos



Eles vieram. E meu coração bateu feliz como batia nas manhãs de domingo da minha infância. Eles vieram. E juntos fomos de novo os meninos de antes, a família de sempre. Minha mãe na cozinha, com seus temperos, seus cheiros e seu jeito doce de nos unir. Meu pai com suas memórias, suas histórias e seu frango caipira que desafia qualquer paladar. Éramos nós de novo. Os quatro em volta daqueles dois agora pequenos, mas tão grandes para nós. Eu e meus três irmãos. Aqueles que até hoje ainda chamo de “meninos”. Será por que? 
Talvez seja porque o nosso tempo de “meninos" tenha sido tão intenso e verdadeiro que ficou para sempre. Ou talvez porque no fundo sejamos mesmo aqueles meninos da Rua Antônio Eliazar. O fato é que, quando estamos juntos, somos de novo aqueles mesmos meninos. Os filhos do Déco e da Neusa. Depois de tudo que conquistamos na vida, a grande satisfação é saber que o que somos mesmo é filhos deles! 
Quando estamos juntos ainda fazemos arte, nos chamamos de apelido, quebramos por completo  as regras e nos deixamos ser meninos de novo. Juntos rimos das mesmas antigas piadas e contamos de novo os mesmos casos da nossa própria história. Cantamos e dançamos as nossas músicas, aquelas que ouvimos desde criança, aquelas que sabemos as letras de cor. Aquelas da radiola que tínhamos em casa. Não são simples musicas, são fragmentos de uma história. Da nossa história.
A esta altura já não dá mais para dançar tanto como antes, a coluna reclama, o joelho talvez. Mas é possível sentir a mesma alegria simplesmente porque estamos juntos. Não há tesouro maior que o amor deles! Não há nada que nos revigore e nos fortaleça mais que matar a sede neste pote chamado família. É assim quando estamos juntos. É assim que renovamos nossos laços.
Amanhã cada um vai continuar a sua vida. Eu com os meus problemas, com as minhas aflições e cada um deles com os seus desafios também. A luta é individual! Cada um vai tentar a seu modo matar o leão e alimentar o mamute. Cada um vai tentar como pode construir as suas pontes e derrubar os muros que tiverem pela frente. Cada um vai educar os seus filhos, exercer suas funções, amar os seus parceiros e sobreviver nesta selva. Porém, com alguma coisa em comum, nutridos pelo amor de quando estamos juntos, aquele momento que passa tão rápido, mas que segue nos saciando pelos dias afora…


Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos
Imagem: acervo da família Rodrigues (que nunca ligou para foto)

Olá pessoal,

semana passada  mais um ciclo de vida. E desta vez eu quis a companhia deles. Deles, meus pais, meus irmãos, minhas cunhadas, meus sobrinhos, meu marido e meus filhos. 
Tudo que eu descrevi acima foi realmente vivido. Eu sinto falta de ser menina de vez em quando e ao lado deles é quando eu posso fazer isso. 
Cada família uma história. Uma história, muitos desafios e muitas alegrias. Essa foi a minha. Que a sua família e a sua história te fortaleça e te mantenha nutrido de amor.

Grande abraço




Leila Rodrigues




domingo, 23 de outubro de 2016

Entre eles


Ele quer um filho, ela quer um cachorro. Ele gosta de carne, ela acabou de se tornar vegana. Ele é piloto e ela tem medo de altura. Ela corre toda manhã, ele corre da atividade física. E ainda assim estão juntos e buscando a felicidade.
Ela quer um ouvinte, ele quer uma amante. Ele quer viajar, ela quer vigiar. Ele quer um trago, ela quer um afago. Ele quer ação, ela quer atenção. Ele é de pouca fala, ela fala, fala e fala... E nenhum dos dois consegue enxergar o que o outro quer. 
Eles. Entre eles, por eles e a partir deles. Qual é a receita certa? O que faz com que duas pessoas acertem o passo e sejam felizes juntos? Vejo tantas pessoas que vivem juntas, debaixo do mesmo teto e a milhas de distância um do outro. E também já vi pessoas que se relacionaram durante anos em países diferentes e foram muito felizes. Será o tempo, o dificultador? Ou seria a distância?  Provavelmente a distância que se criou entre os dois! Há quem diga que é preciso que se pareçam. Também já ouvi dizer que é nas diferenças que se completam. A receita é de cada um. Ou melhor, de cada dois. A receita certa é aquela que os dois constroem juntos na medida exata de suas vontades. A dose certa de ceder, de agradar e de apoiar é aquela que cada um pode dar sem cobrar em troca, portanto é única. É preciso não ter receita alguma, para que cada um possa ser livre para colocar os seus próprios temperos e assim formarem um bom sabor. 
A única premissa é que entre eles se fale a mesma língua. Entre eles e por eles. Há que se ouvirem e encurtarem o abismo que existe entre um falar e um ouvir. Há que se olharem mais. Se olharem até perceberem o que os olhos não veem. Há que se darem as mãos, ainda que caminhem por estradas distintas. 
É preciso gostar muito de si. A ponto de entender o gosto do outro. É preciso aceitar a escolha do outro, por mais amarga que esta lhe pareça. Sem preconceitos. Sem julgamentos. Afinal é isso que esperamos em relação às nossas escolhas. 
Que ele queira voar e ela queira o chão, não importa. Mas em algum lugar entre o chão e o céu, que eles encontrem um espaço só seus, para serem ali um só. A partir daí, todas as diferenças serão pequenas. 


Leila Rodrigues

Imagem da internet: https://www.tumblr.com/search/fotos%20peb
Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos

Olá pessoal,

Cada escolha que fazemos terá o seu preço. No entanto, algumas escolhas refletirão parece sempre em nossas vidas. A profissão, um filho e principalmente a escolha do parceiro ou da parceira. Ainda que não seja eterno, que tudo termine daqui um ano, dez anos ou cinquenta anos; um parceiro, por via de regra, deveria ser um grande amor e vice-versa. Quando escolhemos alguém, queira ou não escolhemos um pacote completo - uma pessoa, sua genética, sua família, seu ecosistema, suas manias, seus sonhos, seus predicados e sua história. Não dá para chegar zerado em uma relação e começar tudo de novo. Somos o resultado da nossa história até a um segundo atrás. E talvez por isso mesmo a convivência seja algo tão complexo. Complexo, vivo, dinâmico e desafiador!
“Entre eles” é fruto da minha observação e das muitas conversas que tenho com pessoas que não se cansam de tentar. De tentar, de experimentar, de acertar e errar… É a vida!

Grande abraço




Leila Rodrigues

sábado, 15 de outubro de 2016

Ao mestre




Eu tinha pressa. A ideia era assistir à apresentação do meu filho e sair. Não por não me interessar pelas outras apresentações, mas porque eu realmente tinha compromisso. E nada do evento começar. Só chegava gente! Turmas e mais turmas de alunos, vindos de várias escolas lotavam o ginásio. Lembrei de mim. Lembrei dos meus treze anos e do quanto nesta idade as "turmas" são importantes. Eles cantavam, dançavam e em uma manobra dificílima conseguiam colocar 20, 30 pessoas em uma só foto. A selfie era motivo de farra! 
Eu acompanhava quieta do meu canto. Gosto disso! Gosto de ver as pessoas vivendo os bons momentos como se tivessem saboreando uma deliciosa fruta. A Banda da Polícia Militar fez bonito. Tocou para eles, musicas deles. E a meninada foi ao delírio. Lindo de se ver! 
Meu filho era apenas um no meio de centenas de crianças que se formavam no PROERD, Programa Educacional de Resistência às Drogas. Um projeto que ensinou muito mais do que se pode imaginar. Um projeto que educa de verdade crianças e famílias. Que prepara nossos filhos para dizerem não. Que mostra como as escolhas erradas podem mudar para sempre nossos destinos.
O evento seguia bonito e cada escola se apresentava para os demais. Não dava para sair. Fui tomada pela energia dos estudantes e fiquei um pouco mais.
Quando realmente não pude mais ficar, me preparei para atravessar a multidão de gente. No meio da quadra uma professora sambava abraçada aos seus alunos. E quando um aluno pensava em ter vergonha de estar ali, ele olhava para ela que ditava os passos e ao mesmo tempo sorria para eles e seguia a dança. E diante daquela multidão de gente, aquela mulher vibrava por eles a cada passo a cada segundo de conquista. 
Lembrei da minha professora segurando a minha mão quando eu tinha vergonha de me apresentar. Lembrei de mim dando aula na escola da Vila Boa Vista e dançando junto com os meus alunos. Lembrei dos meus mestres e do quanto foram importantes para mim. Não consegui conter as lágrimas. Chorei. Ser mestre é isto! É devolver a auto-estima estraçalhada pelas circunstâncias. É estar ali do lado, presente, firme, não importa a plateia, não importa o resto. 
Essas palavras são para vocês, mestres brasileiros, que doam suas vidas na função de educar. Para vocês que muito além de ensinar, estimulam nas pessoas o gosto pela vida. Neste país que ainda não aprendeu a valorizar seus mestres, deixo aqui a minha reverência, o meu respeito, a minha eterna gratidão e todo o meu amor por vocês! 

Leila Rodrigues

Olá pessoal,

Talvez eu seja uma pessoa fora do padrão, mas sempre fui e continuo a ser uma pessoa apaixonada pela escola. Adoro estudar, adoro estar em uma sala de aula, seja como aluna, seja como professora. Magistério é a minha primeira formação e a minha base para tudo que faço. Jamais esquecerei das aulas de didática da querida Dona Sonia que me ensinou muito mais que o que a apostila propunha. 
Também não poderia deixar de falar das minhas professoras do primário do Grupo Abílio Neves em Campo Belo. O primário é tão importante em nossas vidas que essas professoras se tornam parte da nossa história. Dona Benedita e Dona Neusa, vocês são inesquecíveis para mim!
A todos vocês meus colegas de formação e profissionais do ensino, meus parabéns. Parabéns pela coragem de serem mestres! Que este país um dia aprenda a valorizá-los como merecem!
Grande abraço


Leila Rodrigues


domingo, 9 de outubro de 2016

Noves fora?



Mas afinal, quem ganhou? E quem ganhou, ganhou o quê mesmo? Se quem ganhou está perdido, quem perdeu está o quê? O que é ganhar ou perder no jogo das eleições? Em qualquer jogo, um tem que ganhar e o outro perder, mas no jogo das eleições o correto é o povo ganhar. E o povo anda perdendo! Perdendo o rumo, perdendo o ânimo, perdendo a fé. 
Desta vez, pelo menos por aqui, houve muito pouco tumulto. Não fiquei sabendo de nenhuma confusão. Quase ninguém foi preso e absolutamente ninguém tentou me assediar no caminho. Votei. Eu e os outros milhões de brasileiros. Exercemos nosso direito de cidadão? Ou terá sido o dever da opinião? Sei não! 
Em um país que tem mais de 5000 municípios e com mais de 16.000 candidatos a prefeito, acontece de tudo nas eleições municipais. De morte de candidato a candidato que sumiu. É o Brasil! 
Um ganhou de  "balaiada”, o outro por dois votos de diferença e teve ainda aqueles dois que empataram no 5811 votos. Na cidade em que dois irmãos disputavam em chapas diferentes, a mãe provavelmente não votou em nenhum dos dois. Coitada! Situação difícil! E tem ainda um senhor chamado “Nulo”, que concorreu no país inteiro. Pressinto que, se ele se candidatar à presidência, nem precisará de segundo turno. Só não sei se aparece para receber o cargo! E depois, para exercê-lo?
Com tudo isso, em muitas cidades, ainda não se sabe quem ganhou realmente. “Tamo junto irmão!”
Satisfeitos ou não, animados ou não, lá fomos nós, o povo brasileiro, às urnas novamente. O que me assustou foi exatamente o silêncio. A apatia é o primeiro sintoma de uma doença grave chamada desilusão. Deixa como é que está para ver como é que fica? Terá sido só mais um domingo? Eu espero que não. Afinal a história de nossas cidades pode ter realmente recomeçado a ser escrita neste domingo. Caso contrário, vamos ter que esperar, no mínimo, mais 4 anos.
Seja muito bem-vindo você que venceu. Se vai pegar a casa limpa ou suja, arrumada ou de pernas para o ar, isto eu não sei dizer. De qualquer forma, agora é com você! Faça valer o seu nome, faça-nos orgulhosos de você!
Independentemente de partido, de número de votos a favor ou contra, que fique claro para todos que assumirão em 01 de janeiro de 2017, nossas cidades precisam de quem as administre com seriedade e respeito. De quem coloque as necessidades acima dos interesses e sobretudo a ética e a honestidade como base das ações. Porque, caso contrário, noves fora nada!

Leila Rodrigues

Olá pessoal,

atendendo a pedidos, falei das eleições. Me reservo o direito de não fazer apologia a nenhum partido político e nem a nenhum candidato. Ouço muita gente dizer que não gosta de política e o número de votos nulos, brancos e justificados provam este fato. Você não precisa gostar de política, mas precisa gostar da sua cidade, do seu estado e do seu país o bastante para respeitar, cuidar e fiscalizar. Na minha opinião de cidadã, a eleição é apenas o primeiro passo. O nosso papel começa agora. Todos querem seus direitos de cidadãos, mas muitos poucos exercem seus deveres como tal. Cuidar, observar e acompanhar o desenvolvimento de nossos bairros, nossas cidades e consequentemente do estado e do país é trabalho de todos. Todos somos co-responsáveis. 
Se cada lugar tem o governo que merece, que façamos por merecer uma boa administração em nossas cidades.
Grande abraço


Leila Rodrigues






sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Juliana



Alguém pode achar que Montes Claros é logo ali. Provavelmente não pegou um ônibus às 23:00 numa sexta-feira e viajou a noite inteira para chegar até lá. A cada parada eu achava que tinha chegado e me preparava para descer. Engano meu, era mais uma cidadezinha para pegar algum passageiro. Algum coitado que como eu ainda não tinha um veiculo ou capital suficiente para ir de avião.
Coisas do amor! Faria tudo de novo. De ônibus, noite a dentro, no batidão só para vê-lo. O Rafa. O meu Rafa! Ele estrearia no time da cidade, o Montes Claros Futebol Clube no dia seguinte.
 A grana estava curta, na faculdade aquele aperto de sempre, no trabalho a mesma pressão pelas metas mas a minha vontade de estar lá falou mais forte. Fiz adiantamento no trabalho, perdi a aula de sexta, arrumei tudo na correria e fui. Se alguém acha que namorar jogador de futebol tem glamour, está enganado. É uma grande aventura! A aventura do encontro.
Eu corria o risco de não chegar nem perto do Rafa; iniciante no time, precisava mostrar disciplina. Se o treinador determinasse concentração total eu estaria perdida. Fiquei indecisa. Falo ou não falo da surpresa para ele? Optei por ir sem nenhum aviso prévio.
No caminho, enquanto o ônibus sacolejava pelas estradas inexplicáveis do norte da nossa querida Minas Gerais, entre um cochilo e outro, eu pensava na força que me movia até ali. Eu, essa quase mãe de família que tem um irmão para criar, essa estudante de arquitetura que ainda tem um curso inteiro para pagar, essa pessoa que acredita que no amor é preciso correr riscos. Pela primeira vez experimentava o que seria amor.
Cheguei. A cidade ainda adormecia. O meu dinheiro mal dava para um café. Da rodoviária até o estádio me perdi várias vezes. Conheci quase todas as praças, as igrejas e as lojas do caminho. No estádio simples, os torcedores esperavam o novo jogador. Eu ouvia os comentários orgulhosa! É do meu Rafa que eles estão falando. 
Começa o jogo, Rafa entra em campo. Caminhei devagar até a grade que separava o campo dos torcedores. Encostei-me e desejei-lhe boa sorte. Senti quando ele me viu lá de longe. Meu rosto queimava. Sorri e deixei meu coração bombardear à vontade. Naquele dia ganhei um gol. O primeiro de muitos. 

Leila Rodrigues

Inspirado na história de Juliana e Rafael, um casal de jovens que se amam de verdade.

Publicado na Revista Xeque Mate setembro/2016

Foto da Revista Xeque Mate e do acervo da Juliana.



Olá pessoal

Falar de amor não é fácil. Principalmente nos dias de hoje, de amores líquidos e escorregadios. Diante disso, a minha proposta na Revista Xeque Mate foi um grande desafio. Falar de amor, de amores reais. De histórias que acontecem agora, com alguém perto de nós. E para minha grande surpresa, a cada dia descubro mais e mais belíssimas histórias de amor. O antigo conto de fadas cedeu seu lugar para o amor real. O amor que enfrenta fila e  anda no asfalto lotado de carros. São os amores de hoje! Novos tempos, novos encantos. E o amor prevalece! Que bom!
Não poderia deixar de agradecer ao Giovani Lima que acreditou junto comigo neste projeto. Valeu Giovani! Tem sido maravilhoso escrever para a Revista Xeque Mate!
Sobre a Juliana, o quê dizer? É uma amiga querida, uma pessoa do bem que eu tenho a honra de ter como amiga. E o Rafa também. Um casal lindo.

Grande abraço e muito obrigada pela visita

Leila Rodrigues