Poemas

Climatério

Desconfio de mim
Da autoridade que revelo e não possuo
Da criança que alimento e não faço ver
Qual de mim será aquela que valha a pena ser?

Desconfio dela
Dessa identidade desbotada que carrego
Carimbada em cima de muitos anos atrás
Como se o tempo não soubesse desbotar as almas

Não me reconheço ali
Nem tampouco espero me reconhecer acolá

Desconfio dele
Desconfio que meu coração me engana
Ele já não se encanta tanto pelos homens
Como se encanta com os pardais na cerca pela manhã

Mas ainda resta um pouco de lucidez
Aquela que não me deixa sair por aí
A girar de alegria quando meu manacá floresce

Leila Rodrigues

8 comentários:

  1. As mudanças e o que fazemos delas.
    Bonita construção/inspiração.
    O final ficou perfeito na readaptação e sensibilidade.
    Abraços.

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  2. Vim conferir sua veia poética e adorei o estilo e inspiração.

    Lindo!

    Parabéns!

    Beijo.

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  3. Como entendo esse "climatério"!❤ E, confesso, lucidez à parte, eu "giro" sim com a alegria dos manacás,dos beijinhos, das orquídeas! Amei!
    Obrigada por compartilhar!
    Um abraço,
    Maria Cristina

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  4. Maria Cristina Pereira de Oliveira16 de setembro de 2017 às 18:27

    Como entendo esse "climatério"!❤ E, confesso, lucidez à parte, eu "giro" sim com a alegria dos manacás,dos beijinhos, das orquídeas! Amei!
    Obrigada por compartilhar!
    Um abraço,
    Maria Cristina

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  5. Poema em que a autora se dá conta de si própria e da evolução que naturalmente acompanha todo o ser humano ao longo da vida.
    Saudações poéticas
    Juvenal Nunes

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