quinta-feira, 22 de junho de 2017

Onde começa o poder?



O empoderamento feminino é a bola da vez. Empoderamento feminino é o ato de conceder o poder de participação social às mulheres, garantindo que possam estar cientes sobre a luta pelos seus direitos. A ONU Mulheres desenvolveu uma lista com 7 princípios básicos do empoderamento feminino no âmbito social e profissional. Muito importante para a verdadeira participatividade feminina na sociedade. 
Porém, para nós que já estamos aqui na luta há um bom tempo, ou seja, antes desta lista que veio para nos defender, ficam alguns questionamentos. Onde começa o empoderamento feminino?  Na prática, como é que fazemos isso acontecer?
Nasci no interior das Minas Gerais, em uma família muito simples e de mais 3 irmãos. Você pode imaginar que, pela lógica eu fui criada para casar e ter filhos. Sem problemas. Eu me casei e tive meus filhos. Mas eu queria mais! Eu sempre quis mais da vida. Não que casar e ter filhos não fosse bom, mas eu apenas queria um pouco mais. E para chegar lá tive que exercer o meu empoderamento desde muito nova. Aliás muito antes de conhecer esta palavra.
O empoderamento feminino é possivel, desde que a mulher esteja disposta a fazer as escolhas certas e se posicionar como uma “empodeirada”.  O empoderamento feminino começa quando uma mulher escolhe usar mais a inteligência que os quadris para conseguir alguma coisa. Ou quando uma mulher se propõe a fazer o que tem que ser feito sem usar o subterfúgio de ser mulher para fazer mal feito, no raso, na mediocridade. O empoderamento feminino começa quando uma mulher convive com os homens sem permitir que seus limites sejam ultrapassados. E caso algum homem tente ultrapassar esses limites, ela com toda sabedoria vai colocá-lo no chão em duas palavras. 
E isso não tem nada a ver com a vaidade, com a feminilidade, com o feminismo, com homossexualismo. Estamos falando de postura e atitude. Esses sim são os dois pilares básicos do empoderamento feminino. Sem eles, nem a ONU vai conseguir ajudar você a ter poder um dia!
Então se você quer usufruir do empoderamento feminino ou quer chegar ao poder um dia? Comece agora a tomar posse da sua vida. Comece recusando parceiros que não te respeitam, comece traçando o caminho que você quer trilhar, comece usando sua inteligência e disposição, comece conhecendo os seus direitos e deveres. O poder começa nas pequenas atitudes e todo o resto será consequência. 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 20/06/2017
Imagem da Internet


Olá pessoal,

Há alguns dias participei de um treinamento onde o Empoderamento Feminino foi muito evidenciado. É muito bom ver que o mundo finalmente está começando a reconhecer de verdade a inteligência feminina. Ter a ONU à frente de uma iniciativa grandiosa como esta, nos coloca em um novo patamar. Tantos anos tentando provar a nossa competência, muitas vezes estrangulando nossas vidas pessoais, abrindo mão de outras oportunidades e prazeres da vida, simplesmente para sermos aceitas no mercado de trabalho. Tantos anos de luta que uma iniciativa desta nos deixa, no minimo, crédulas na humanidade. 
Contudo, eu acredito, sinceramente que, nenhum esforço da ONU ou de qualquer outra iniciativa terá sentido se o empoderamento não aflorar em cada pessoa, seja ela homen ou mulher. É preciso que acreditemos de verdade no poder que temos de decidir nossas vidas a começar por nossas posturas e por nossas atitudes, das pequenas às maiores e mais complexas. 
Eu acredito na força das pessoas, acredito nas mulheres, acredito nos homens. E penso que juntos e unidos o mundo pode ser bem melhor.

Grande abraço


Leila Rodrigues


sábado, 17 de junho de 2017

Sobre o amor


Eles vivem juntos e esperam continuar juntos até que a morte os separe. Alguém pode achar que isto já ficou démodé, mas sinceramente, eles não estão nem aí para o quê os outros pensam deles. Eles continuam juntos! E juntos eles fazem muitas coisas. Eles pagam as contas, eles criam os filhos (agora os netos), eles cuidam das plantas, do cachorro e do coração um do outro. Eles visitam juntos os amigos e gostam de tomar um vinho juntos. Mas isso não é tudo, algumas coisas eles fazem separado. Ele gosta de música, toca religiosamente seu violão todos os dias.  Houve um tempo em que ele sonhou ter uma banda de rock. Mas isso foi antes de conhecê-la. Ela gosta de fotografia. Fica horas fotografando flores, árvores e aguardando o melhor instante do por do sol. Eles também não trabalham juntos. Cada um tem sua profissão, seu horário e seu dia de folga. Mas eles sempre dão um jeito de estarem juntos. E quando estão juntos é fácil perceber que estão felizes. 
Nem sempre dá tudo certo. Às vezes eles têm opiniões contrárias, às vezes eles discutem e pode ser que se distanciem um pouco para pensarem a sós. Mas eles sempre voltam a ficar juntos e fazem desse momento juntos o mais feliz de todos. 
Também tiveram tempos difíceis. Tempos escuros em que um teve que amar o suficiente para os dois. E não foi quando ele teve um câncer, nem quando eles perderam o filho, foi quando ele foi para a faculdade e descobriu a juventude de novo. Ele achou que a vida seria mais divertida sem ela. Em tempo viu que não era bem assim! 
Eles não são muito de fazerem declarações de amor. De fato, sobra pouco tempo para isso. Mas sou testemunha de que eles vivem o amor. 
Eles não são famosos, não tem um milhão de amigos e nunca saíram no jornal. Eles estão juntos há 37 anos e são o exemplo vivo de que o amor pode dar certo. 
Tudo bem que comigo foi diferente e certamente com você também. A vida não tem receita certa para o amor. Muitas vezes ele vem de onde a gente menos espera ou pode ser que ele chegue pela fresta mais estreita da nossa janela. É a história de cada um.
Contudo, sobre o amor e as formas de vivê-lo, as mais belas histórias de amor não são as que se vê nas novelas ou nos comerciais de margarina. Elas são reais e transitam entre nós sem que quase ninguém as perceba. O amor tem dessas simplicidades! 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos com algumas modificações

Foto do meus acervo pessoal: Meus pais (Déco e Neusa) que no dia 12 de junho de 2017, fizeram 57 anos de noivado.


Olá pessoal,

Semana passada, enquanto eu caminhava apressada pelo centro e Divinópolis, um pessoa conhecida me parou e me falou de repente: “Dia dos namorados, vai escrever alguma coisa a respeito?”. De susto falei: “Vou, claro!”. E ele completou: “Então lembra de nós, os velhos namorados, os que já fizeram mais de 20 anos de namoro…” 
Ele falou e virou a esquina, nem me deu tempo de perguntar um pouco mais. Mas a dica dele serviu de insight e foi dela que eu escrevi o texto acima.
Muitas vezes, na correria dos dias, os velhos namoros nem são comemorados. Mas eles continuam ali, firme e forte como uma rocha. Eles, os verdadeiros namoros!
Boa semana pessoal, grande abraço e muito obrigada pelo seu tempo aqui no Palavras!

Leila Rodrigues




sexta-feira, 9 de junho de 2017

Efêmero


E agora? A temporada acabou, a fila andou e você se esqueceu de sair do lugar. Se mexe pessoa! Sai dessa cadeira cansada da sua presença! O mundo é de quem faz e não de quem espera fazer! 
Quem quer vai e faz! Sai correndo, tropeça, levanta, toma chuva e se suja! Quem quer tem urgência, tem gastura, tem algo que perdura entre a vontade e a intenção. Quem quer sente o gosto, dá a boca para provar, dá a cara para bater e marcha na frente da sua própria vida.
Até quando você vai ficar aí parado culpando a sorte, o sistema, o teorema, a sua genética e o coitado do seu vizinho? 
Já te falei que o príncipe não vai passar no cavalo branco, não vai passar em nenhum cavalo e não vai passar por aqui. Com um pouco de sorte você corre o risco de cruzar com ele num sinal de trânsito de uma quarta-feira qualquer, ou quem sabe voltando do dentista. 
As princesas também abandonaram seus quartos cheirando a mofo e hoje moram na kitnet do centro com a amiga da faculdade. Vivem disfarçadas de pessoas comuns, fingem que gostam do mundo corporativo, fingem que são modernas e independentes mas sonham com 50 tons de qualquer cor que as tire desse lugar comum e pague seus cartões de crédito. É a vida! É a modernidade!
É tudo vai durar tão pouco mas tão pouco que amanhã mesmo aquela roupa dos sonhos que ela gastou uma fortuna para comprar estará no centro da cidade estampando a vitrine de um bazar da pechincha. Aliás essa é uma das poucas certezas que temos na vida. Tudo vai virar pechincha, doação, quinquilharia. E você aí, sentado nesta cadeira, esperando um dia certo para voltar a viver.  Me poupe! Para de esperar nessa janela invisível. Para de sonhar os sonhos que você viu na TV. Para de achar que seus 5 minutos de fama na rede social vão fazer de você uma celebridade. Se é o palco que você tanto deseja, faça por merece-lo. Chegar ao palco até que é fácil, difícil é permanecer nele. É preciso ter fundamento, bases sólidas que te sustentem. É preciso muito mais que um rosto bonito ou um discurso copiado-colado de um famoso qualquer. É preciso se garantir!
Pega firme no conhecimento, estude e treine muito; não perca nenhuma chance de aprender. Que o conhecimento é das poucas coisas que ninguém vai tirar de você. No mundo dos valores efêmeros, em que os aplausos duram o tempo da promissória, quem tem conhecimento profundo em alguma coisa é rei! 

Leila Rodrigues


Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem da Internet: http://www.soniamoura.com.br/?p=1076


Olá pessoal,

Depois de alguns dias muito intensos, aqui estou eu de volta ao que me faz bem, postar no blog. Foram dias de muito esforço para uma pessoa que se propõe estudar, trabalhar, cuidar de filhos, escrever, dar palestra e ainda fazer cursos intensivos de vez em quando, mas é tão gratificante aprender que eu não hesitaria em fazer tudo de novo. 
Quando mais eu aprendo mais chego a conclusão de que nada sei, isto é realmente o maior aprendizado de todos! Porque o dia que acharmos que já estamos prontos, esse sim, será o início do fim.
Sobre o texto de hoje, posso dizer que espanta-me o efêmero dos afetos, o efêmero dos valores, as relações breves e os interesses escusos. Espanta-me e dói-me não conseguir estancar esse sangue que jorra dos inconsequentes. 
… e eu que achava que efêmero era o vento, ou a breve vida das borboletas!

Grande abraço


Leila Rodrigues