domingo, 30 de dezembro de 2018

Deixa findar




Fim de ano, fim de namoro, fim de faculdade, fim de novela, fim de um emprego, fim de ciclo... fim! Não precisa ser, necessariamente, o fim! 
Temos uma tendência ruim de achar que todo fim, é o fim. Como se tudo fosse estático e definitivo. 
Partindo do princípio de que, só depois do fim é possível fazer um começo, o fim é o melhor que nos pode acontecer. 
Então, seja lá o que for que estejamos finalizando em nossas vidas; aproveitemos os fins para renovar nossas energias e nos propormos um bom começo. 
Que consigamos o discernir o que precisa de um fim daquilo que precisa de um recomeço. E que saibamos virar as páginas necessárias em nossas vidas. Que não nos falte coragem para tomarmos a dolorosa iniciativa do fim. E que tenhamos dignidade na hora de lidar com os “fins” que recebemos. 
Que o fim de uma relação nos prepare para chegar na próxima mais amadurecido, mais seguro de nós mesmos e menos tendenciosos a colocar a nossa felicidade como responsabilidade do outro.
Que o fim de um emprego nos permita rever nossas atitudes e contribuir efetivamente mais com os objetivos de quem nos contratar no próximo. 
Que o fim de uma jornada, seja esta de estudo, de trabalho, de relacionamento ou de qualquer outra coisa, não seja de mágoa, mas sim o capítulo final de uma história que tenha valido a pena. E que, virar a página seja leve para nós e para quem caminhou do nosso  lado até aqui. 
Que o fim do ano nos proponha pensar em tudo que fizemos “demais” e nos liberte para um ano  “de menos”. Menos peso, menos angústia, menos consumo, menos tristeza, menos cansaço e sobretudo mais leveza. 
Que o fim das nossas forças seja só para uma noite de sono. E assim possamos acordar no dia seguinte renovados para a próxima batalha ou quem sabe para os recomeços, 
Que o fim do dia seja para respirar fundo e contemplar o pôr do sol. Afinal, ele é sempre o anúncio de que as estrelas vêm aí. 
Então deixe findar aquela dor, aquela lágrima ou quem sabe aquele amor. Deixe findar o que precisa de um fim. 
Deixe findar o que já está acabado. Dê um fim digno às suas fases. Entregue-as à sua história e siga leve para a sua próxima etapa. Liberte-se! Nada como começar qualquer coisa de copo vazio. 

Leila Rodrigues
Publicado na Revista Xeque Mate, no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem: Ellen Lima, uma amiga fotógrafa muito querida

Olá pessoal,

Na minha concepção, não há como propor um começo, se não fizermos antes os devidos fins. Quer queira, quer não, finda-se um ciclo, entregamos 2018 à história. Um ano delicado e cheio de reviravoltas para o nosso amado e idolatrado país, um ano que certamente entrará para a história. A minha, a sua, a nossa!
Vem aí páginas em branco. Que saibamos, mais que escrevê-las, vivê-las! 
Feliz ano novo! Feliz ciclo novo! Que alguma coisa seja nova de verdade para você! E que seja muito bom!

Grande abraço

Leila Rodrigues

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Na trilha da felicidade



Então é Natal. E a cantora Simone vai te perguntar, de novo, o que você fez? Antes que você fique bravo com a música, eu te convido a entrar no clima Natalino e curtir o seu Natal da forma como ele vier. O que você fez ou deixou de fazer até aqui, não é para mim ou para qualquer mortal que você vai prestar contas.
Ainda que a Magia do Natal nos transforme em pessoas boas de uma hora para outra, é muito pouco no processo evolutivo. Ainda somos soldadinhos de chumbo. Ainda descartamos nossos “lixos” e chamamos de caridade, ainda damos presentes por obrigação e infelizmente, ainda temos um repertório imenso de desculpas para nossas faltas estúpidas. E, descaradamente, usamos o Natal como um gongo que nos salva aos 48 minutos do segundo tempo. Embora sejamos quase todos pessoas do bem, somos  todos aprendizes na arte da solidariedade.
Mas isso tudo é parte do processo. É preciso muitos “Natais” para aprendermos a lição.
É preciso mesmo que venha o Natal, que venham as festas e os encontros. É preciso que pessoas do bem se encontrem. É preciso que amigos se encontrem para ficarem bem, para ficarem melhores ainda. E ainda que eu e você sejamos iniciantes na estrada da evolução, não podemos negar que o clima natalino nos deixa mais sensíveis. A ponto de saímos por aí desejando ao outro, que ele seja feliz, sem ter ideia do que é a felicidade dele.
Então, como eu também não tenho ideia do que é felicidade para você, eu te desejo encontros gostosos, cheios de sorrisos verdadeiros e abraços calorosos. Desejo que você tenha a quem presentear e que se presenteiem um do outro. Desejo que use os encontros para se encontrar de verdade. Desejo que você se empanturre de casos engraçados e que passe mal de tanto rir. Desejo que você esqueça as suas senhas, seus eletrônicos e tudo mais que te coloca na sua “bolha” e se concentre na alegria que acontece ao seu redor.
Que ao receber um presente você volte a ser criança. E ao presentear alguém você tenha a sabedoria de um idoso.
Abrace, beije, comemore, aceite, distribua, agradeça, permaneça, esqueça... E não perca nenhuma chance de ser feliz.
Por mais encontros felizes, por mais lampejos de caridade, por mais momentos de afeto. No fundo eu te desejo mesmo, que você percorra a trilha da sua felicidade. Bom Natal!

Leila Rodrigues


Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem: /www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=317360


Olá pessoal,

Final de ano é assim: fazemos balanço de tudo que nos fez bem e todas as outras coisas que precisamos mudar! Desejo a todos que saibamos buscar aquilo no faz feliz, o que é simples e tão precioso!

Feliz Natal

Grande abraço

Leila Rodrigues

sábado, 15 de dezembro de 2018

O-osouji






No Japão, O-osouji é uma tradição que acontece antes da virada do ano, onde as pessoas fazem uma limpeza geral, não só em suas casas, como também nas empresas, ruas, praças, jardins e demais ambientes comunitários. O período do O-osouji se inicia em 13 de dezembro e vai até o dia 31. Eles também aproveitam para tirar tudo que não foi usado ou não tem mais utilidade. Para os japoneses, é preciso limpar a mente, o corpo e o ambiente em que vivemos para receber as boas energias do novo ano. Ou seja, hora de fazer uma boa faxina.
Então vamos lá, aprender com quem chegou muito antes de nós, os orientais.
Comece limpando as gavetas e tirando tudo que está ali sem uma explicação lógica ou uma utilidade plausível. Enquanto limpa as gavetas, abra também as gavetas do seu coração e arranque de lá aquelas mágoas antigas, rancores e sentimentos ruins que você inutilmente nutre. Liberte as pessoas que povoam estes pensamentos, deixe-os seguirem em paz, sem o seu peso.
Jogue fora aquele comentário perverso, disfarçado de bondade que você fez sobre seu amigo, seu cunhado ou seu primo rico que comprou um carro novo; são eles que te impedem de ser feliz.
Abra seu guarda-roupa e tire tudo que não faz mais sentido para você. Isto vai servir para vestir outras pessoas. Todos nós temos algum excesso, aquele capricho que nos faz perder a cabeça e comprar. Pode ser roupa, sapato, comida, eletrônicos ou cosméticos. Comprou demais? Distribua. Vai esperar vencer para dividir? Enquanto se liberta do excesso daquilo que você tem “sobrando”, liberte-se também das suas vaidades, dos seus caprichos, daquela sua vontade silenciosa de ser aceito, aplaudido ou elogiado. Enquanto estivermos necessitados do elogio alheio, ainda não estamos bem resolvidos conosco.
Limpe a casa, limpe seu ambiente de trabalho e aproveite para limpar também a sua mente daqueles pensamentos mesquinhos que não dá nem pra contar quais são. A sua raiva do seu chefe, do seu colega de trabalho. A promoção que não veio, o cliente que foi para o concorrente ou o colega arrogante que finge que trabalha. Deixe-os ir. E renove seu ambiente de trabalho de bons pensamentos e boas energias.
Alegre-se com as limpezas que fez. Veja o quanto de espaço sobrou! Imagine novas pessoas, novos lugares e novos desafios. Eles só chegam quando encontram espaço; principalmente dentro de nós.
Está feita a faxina. A verdadeira faxina que precisamos para começar, de verdade, um ano novo.

 
Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem: https://www.japaoemfoco.com/os-20-templos-budistas-mais-impressionantes-do-japao/

Olá pessoal,


Aprender com outras culturas é um ato de reconhecimento e humildade. Eu digo que, um passo para a nossa evolução. Com os Japoneses e com a cultura japonesa sempre aprendo.
Que antes de nos empanturrarmos de comida e bebida nas festas de fim de ano, façamos uma limpeza em nossas vidas! 

Grande abraço

Leila Rodrigues



segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Pronto para a festa



Declarada aberta a temporada das confraternizações. Preparem a agenda, bolso, o fígado e principalmente o coração que a festa vai começar. 
É hora de confraternizar. Exercer a fraternidade com outras pessoas; mais especificamente, com pessoas que convivemos e que nos “aguentaram” ao longo do ano. A turma do trabalho, do colégio, da academia, da igreja, do futebol ou de qualquer outro grupo que se encontrou ao longo ano. Dezembro é pequeno para todos os grupos se encontrarem e a noite pequena para relembrar todas as boas e engraçadas histórias vividas durante o ano.
É hora de deixar a rede social e partir para o abraço verdadeiro. É hora de encontrar aqueles que quase nunca aparecem. É hora das verdades, dos casos e das novas risadas que serão o assunto de amanhã. É hora de trocar alguns minutos de presença. 
Antes de sair para a festa, lembre-se de deixar em casa seus pesos, seus ranços com as pessoas e seu mau humor. Resolva-se primeiro. Não seja você  a energia negativa da festa. É hora de se divertir. Então, simplesmente divirta-se! E para se divertir de verdade, você só precisa estar leve, desprovido de seus preconceitos e suas iras. Não se diverte com o coração carregado. É impossível! O abraço não aquece e o sorriso não convence.
Vale desamarrar a cara, vale vestir o seu melhor sorriso e maquiar-se de alegria. A alegria é o melhor subterfúgio para de sair bem na foto.  Afinal, não tem photoshop que resolva uma cara amarrada. 
Vale sair da dieta, vale entrar no cheque especial e vale desmarcar compromissos para ver feliz pessoas que nos são preciosas. 
Também vale pedir perdão, fazer as pazes, dizer que ama e quem sabe presentear com um demorado e verdadeiro abraço. 
Na temporada das confraternizações vale quase tudo. Vale o beijo que passou o ano na vontade, vale dançar “boquinha da garrafa”, vale serenatas, surpresas, músicas e alegria.
Nesta temporada, revelam-se excelentes cantores, dançarinos, humoristas, apresentadores, imitadores e demais talentos ocultos que nunca tiveram oportunidade nos dias comuns. 
Só não vale lavar a roupa suja no meio da confraternização. Muito menos resolver os rancores só seus bem na hora da festa. 
Sendo assim, esqueça seus desafetos, deixe em casa suas tão sofridas mágoas e vá confraternizar. Nada como encerrar o ano envolto de boas energias. Te espero lá!

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem: www.istockphoto.com

Olá pessoal,

Que estejamos prontos! Prontos para o abraço, prontos para o sorriso, prontos para dar e receber as boas energias. Um abraço sincero é revigorante e uma mesa rodeada de amigos, vale mais que remédio para depressão. Que venham as comemorações! 
Boas festas!



Leila Rodrigues


sábado, 1 de dezembro de 2018

Os pingos da janela


A chuva deste ano me lembrou a minha infância. Chovia dias seguidos e eu gostava de ficar na janela, assistindo a chuva cair e observando as gotas grudadas no vidro, desfocando a paisagem. Felicidade simples, ingenuidade e chuva em abundância. 
Então, seguindo o exemplo da chuva que voltou a cair como antes, sai à procura da minha felicidade simples. Aquela que não se compra. E para minha grata surpresa, ela continuava ali, nos mesmos lugares que eu deixei. 
A chuva continua molhando a janela e desfocando a paisagem. Pisar na grama continua confortável para os pés. A água da enxurrada continua convidativa para um barquinho de papel. Tomar uma chuva nas costas, acompanhar os brotos que surgem e perceber a vida curta das flores silvestres. Tudo isso parece tão ridículo diante da quantidade de coisas importantes que temos a fazer. Não há tempo para a insignificância desses pequenos atos. É assim que aprendemos depois que crescemos. 
E nos tornamos pessoas insensíveis, incapazes de enxergar as nossas próprias sensibilidades. Lidamos com ela (a sensibilidade) como se esta fosse um problema, um defeito, algo que precisa ser eliminado de dentro de nós. Não se pode chorar, não se pode sofrer, não se pode emocionar. Esses são sintomas de fraqueza e no mundo dos fortes não há lugar tal.
No mundo dos fortes você tem que ler todos os livros, tomar todas as decisões, bater todas as metas, não perder o foco e seguir veementemente o trio planejar, executar, monitorar. 
No mundo dos fortes somos todos soldados de chumbo e soldados de chumbo não ouvem a chuva caindo ou sequer observam a janela.
É preciso quebrar primeiro nossos próprios paradigmas e corrermos o risco de sermos nós mesmos. É preciso vencer os padrões e criarmos nossos próprios critérios. É preciso descobrir de novo o que nos conecta com a mãe natureza, com Deus e com as boas energias do universo. É preciso, de vez em quando, trazer à tona a criança que existe em nós e nos alimentarmos dela. É preciso aceitar que dentro de cada um de nós existe ternura, carência, afeto, sentimento e a tão “defamada” sensibilidade. 
É preciso não perder a flor que colore o outro lado da paisagem. A flor, os brotos, os pingos da chuva...
O que poucos sabem, é que os fortes de verdade, só vestem suas armaduras, depois de observar os pingos grudados na janela. 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis
Imagem acervo pessoal

Olá pessoal,
para quem vive no Sudeste do Brasil, estamos em plena temporada da chuva. E este ano ela veio com vontade. aquela chuvinha mansa que fica dias seguidos e que enche os rios, aconteceu. Que seja abençoada esta água, que encha nossos rios e lagos, que fortifique os brotos e nos prepare para as próximas temporadas. Que a chuvinha desses dias nos permita pequenos prazeres como um café quentinho com aqueles que amamos, um filme, uma pipoca…e muitos pingos na janela.

Grane abraço

Leila Rodrigues



domingo, 18 de novembro de 2018

Pra valer a pena



E então alguém pergunta, vale a pena? A pergunta nem é para você. Mas você vai embora com ela na cabeça. E a viagem é longa. Você faz todas as substituições possíveis e imagináveis. Você se pergunta se vale a pena a sua vida, o seu trabalho, o seu sacrifício diário, o seu estresse, as suas “cedidas”, enfim, o “valer a pena” toca nas nossas feridas. E, geralmente, terminamos, sem saber se, realmente, vale a pena. 
Vale a pena tanto sacrifício? Vale a pena esperar? Vale a pena esbravejar? Vale a pena correr tanto assim? Vale a pena gastar sua energia com isto? Vale a pena o preço que se paga? Vale a pena o cansaço? Vale a pena sofrer? 
Sabemos que tudo nesta vida tem um preço. E como bons pagadores, pagamos, sem perceber, pelas nossas escolhas. Muitas vezes pagamos caro demais. Outras vezes pagamos por tempo demais. De uma forma ou de outra, sempre pagamos. A vida não permite devedores. Ela nos cobra de alguma forma. E nunca esquece os juros. 
Contudo, o “nove’s fora” da vida é saber se vale a pena? 
Vale a pena extrapolar seus limites e depois pagar caro para consertar o estrago? Vale a pena impor suas vontades e acabar sozinho no meio da multidão? Vale a pena o cansaço, a dor, a inércia, a mentira, a teimosia e o ciúme? Será que vale a pena ganhar os presentes e perder as presenças? 
Vale a pena ganhar o sucesso e perder a saúde, a família ou as pessoas que amamos? Vale a pena o topo, se junto com ele está a solidão? 
Pra valer a pena, há que ser leve. Há que ter sorriso, choro, emoção, noite de sono tranquilo. Pra valer a pena, é preciso que haja abraços calorosos, olhares festivos e braços que aconcheguem de verdade. Pra valer a pena é preciso que haja reconhecimento, gratidão, compaixão ou alguém que diga simplesmente, muito obrigado. Pra valer a pena, tem que correr nas veias, tem que brilhar os olhos e disparar o coração. Pra valer a pena tem que haver o sorriso de alguém que amamos na linha de chegada, ou do outro lado do mundo torcendo por nós.  Pra valer a pena é preciso haver amor. 
Caso contrário, todo sacrifício será em vão. Caso contrário é tudo obrigação, tarefa cumprida para ganhar algo em troca. Moeda. Acordo que fazemos com a vida para obtermos o que nos convém. E a conveniência? Ah essa está muito longe de ser felicidade. Está muito longe de fazer valer a pena! 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis

Olá pessoal,

Para mim, vale a pena viver, vale a pena amar e vale a pena se sacrificar quando a causa é nobre. Mas esta crônica surgiu de uma conversa com uma amiga que me dizia que “não sabe se vale a pena”. A conversa foi longa, uma discussão filosófica. Ao final, fomos embora com a certeza de que muita coisa vale a pena, só não vale a pena carregar pesos inúteis. Fica a reflexão. 

Grande abraço

Leila Rodrigues



segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Queridos lobos


Aqui de fora, do lado que se pode ver, tem uma pessoa lutando como louca para dar conta de todos os seus papéis. Não podemos reclamar de nenhum deles. Todos são  papéis que escolhemos, que assumimos e que não abrimos mão.  O papel de pais, de esposa ou de marido, o papel de filhos, de empresários, de profissionais, sejam estes bem sucedidos ou não, o papel de defender alguma causa social, de participar de uma instituição e ainda o papel de cidadão em um país com as deficiências do nosso. Enfim, ser a pessoa que somos dá um trabalho danado. Mas é um trabalho bom! Trabalho escolhido por livre e espontânea vontade, ainda que seja tão difícil equilibrar tudo. Todos conhecem a pessoa madura e forte na qual nos tornamos.
Mas dentro de cada um de nós,  aqui deste lado que só eu e você conhecemos, ainda falta muito!
Dentro de cada um de nós, escondido e encolhido moram nossos medos, nossas pequenices, nossas falhas. Aquelas que ainda não conseguimos vencer. Nossos desejos proibidos, nossas intenções negras, aqueles pensamentos sórdidos trancados a sete chaves. É lá dentro, lá onde ninguém chega, que residem nossas verdadeiras máculas. E torcemos para que Deus seja tão ocupado que não tenha tempo de conhecê-las. 
A maldade, a vaidade, o ciúme e a inveja. Este lobo mal que alimentamos silenciosamente. Ah como é difícil conviver com essa verdade! Como é difícil aceitar que somos tão frágeis e que o caminho da verdadeira evolução é longo! 
É certo que não somos só isso!  O que nos salva é que, na outra jaula de nossos corações, reside um lobo bom. Capaz de amar e de se compadecer. É ele que não nos deixa por em prática tudo que pensamos. É ele que, entre um dia e outro, acorda nossos sentidos e não nos deixa cometer um desatino. É ele que nos dá prudência, sabedoria, discernimento, razão e afeto na proporção certa. É ele que nos permite viver nossos papéis. É ele que nos silencia na hora da briga e nos dá voz na hora da defesa. É ele que nos mostra o caminho e nos traz de volta à nós mesmos.  Aqui reside a nossa lucidez, a centelha de luz que carregamos. A verdadeira e silenciosa bondade. A que luta contra nossas vaidades e pequenices. E é ele, este pobre lobo bom que carregamos, quem devemos alimentar todos os dias. 
Difícil mesmo é saber qual dos dois tem sido nosso guia. 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos

Olá pessoal,

o ser humano tem brigado mais que o normal, tem se ofendido mais e tem ferido o outro com mais facilidade. Nesses últimos dias, aqui no nosso amado e idolatrado país, temos assistido brigas homéricas em função da política. Temos visto lobos ferozes, esbravejando, rosnando e mordendo, na tentativa louca de provar que o outro está errado em suas escolhas. Vindos de todos os lados eles atacam e pervertem. Alimentados pelo ódio, pela descrença ou pelo cansaço, eles brigam como se estivessem num ringue, onde o vencedor tem que comer o outro vivo até que não lhe sobre absolutamente nada, tampouco dignidade. 
Existe um lobo bom morrendo e sede e fome, alimente-o!

Grande abraço


Leila Rodrigues

Das dificuldades da vida


Não é difícil para mim, acordar cedo e ir  trabalhar. Não é difícil para mim, resolver conflitos, orientar pessoas, receber clientes e ajudá-los a resolver seus problemas. Também não é difícil para mim, chegar cansada em casa e ainda arrumar o jantar. O prazer de ver a família reunida, jantando, supera qualquer cansaço. E assim, movidos pelo amor às pessoas e às nossas causas, não é difícil viver. 
Não é difícil viver sozinho e não é difícil criar uma família. São propósitos de vida, portanto imagino que não sejam difíceis para  quem se propõe vivê-los. 
Não é difícil ser um cidadão comum. Pegar fila, esperar a minha vez ou falar a mesma coisa muitas vezes nas repartições públicas. Enquanto cidadão, valho tanto como qualquer outro e isto é bom. Me põe no meu verdadeiro lugar.
Não é difícil cuidar dos nossos pais, tampouco dos nossos filhos. Por mais que haja dificuldades, é tanto amor envolvido que tudo se ajeita. 
Difícil é suportar os entraves, disfarçados de pessoas, que surgem. Isso é difícil! Gente mal educada, que atravanca os processos, que nasceu para complicar o que já estava resolvido, isso é difícil! Difícil é ter que dar satisfação da sua vida para quem não foi convidado para fazer parte dela. Difícil é ter que conviver com pessoas que “não suportam” a nossa felicidade. Difícil é ter que “pisar em ovos” com pessoas dispostas a explodir a qualquer momento.  Ah como é difícil! 
Difícil é suportar pessoas que só tem olhos para seu próprio umbigo. Só enxergam a si mesmas. Seus problemas, suas causas, seus atributos, suas escolhas. Essas são insuportáveis. Difícil é ter que conviver com quem não sabe ganhar, nem tampouco perder. Quando ganham são sarcásticas, quando perdem são céticos. 
Difícil mesmo é conviver com essas pessoas e enxergar o lado bom delas. Isto é o mais difícil de tudo! É transcender as fraquezas do indivíduo e chegar a um lugar que ninguém conhece (ainda). Como assim, se eu ainda não transcendi nem as minhas próprias fraquezas? 
Difícil é amanhecer disposto a fazer a sua parte e esbarrar nestas pessoas. Difícil é saber conduzir nossas vidas e não permitir que essas pessoas nos roubem nossa energia, nem nossa alegria de viver. Isso é evolução da espécie humana. E talvez explique a existência de todas essas pessoas em nossas vidas. Só se evolui com provações! Aí estão elas! 


Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos
Imagem: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/ecoturismo/eco-esportes/eco-esportes.html Rapel, um esporte belíssimo  e muito difícil (para mim)

Olá pessoal,

O meu sonho de escalar uma montanha por enquanto é só um sonho. Sou apaixonada por altura e o meu próximo passo será pular de para-quedas. Um dia chego à montanha!
Quanto à crônica de hoje, cada um no seu canto, sofre seu tanto! Vocês aí, com suas dificuldades e eu aqui com as minhas. Talvez o que seja difícil para mim, não seja tão difícil assim para você e vice-versa. 
O importante é compreendermos nossas “dificuldades" para criarmos mecanismos de combate a estes vilões silenciosos. 
E tudo há de ficar bem. Para mim, para você, para todos nós!


Grande abraço



Leila Rodrigues

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Sobre a eleição que vem aí



Sobre a eleição que vem aí 

Lá vamos nós, a grande procissão de cidadãos, exercer o que chamam de cidadania. Na grande fila somos todos iguais. Todos temos peso um. E todos estamos à mercê do que vencer. Incrédulos, perdidos e entregues à escolha da maioria. 
Aqui fora, brigam, trapaceiam e se estapeiam por causa de um e de outro. Não basta defender o seu lado, é preciso estragar o lado oposto. Não basta ter feito a sua escolha, é preciso, a todo custo, mudar as escolhas alheias. E assim, em nome de alguém que endeusam, desfazem amizades, negócios e acordos. Desfazem o que levou anos para ser construído. Um monte de cegos defendendo o que nunca viram de fato. 
E assim com qualquer paixão! Em nome das paixões defendemos bandeiras que não conhecemos na íntegra. Em nome das paixões criamos personagens. Vilões e heróis que vão nos salvar ou nos destruir por completo. No fundo sabemos que, entre mortos e feridos, vamos todos sobreviver. 
Fora os apaixonados, tem uma legião que apenas segue o curso do rio. Para esses, decidir é ainda mais difícil. 
Passaram tantos anos lutando pelo direito de escolha, para chegar o dia de escolher pelo menos pior. É assim que se sente quem não se sentiu convencido por este ou por aquele. Que triste realidade! 
Quem ganhar vai dizer que tudo estará melhor, mesmo sabendo que não é bem assim. Quem perder vai dizer que tudo estará infinitamente pior, mesmo sabendo que não é bem assim. Então, se este é um jogo de cartas marcadas, chego a me perguntar, para quê jogar? 
Jogar porque está é a última rodada que nos resta. Depois desta, só daqui há 4 anos. Jogar porque ainda há esperança na vitória. Jogar porque quem está em jogo é o nosso próprio destino. 
Que nossos valores estejam além dos favores trocados e dos prazeres miúdos. Que nossas intenções sejam mais nobres que nossas vaidades.  Que saibamos colocar o nosso país à frente dos nossos caprichos. Quem sabe assim não conseguimos discernir os verdadeiramente bons, dentre tantos ruins?
Que a nossa maturidade prevaleça. Que a nossa dignidade seja resgatada. Que nossas vaidades sejam sucumbidas pelo amor genuíno à nossa Pátria. E que amanhã, tenhamos a decência de não entregar a Deus, aquilo que esteve em nossas mãos, e não fizemos nada para mudar. Afinal, se Deus é brasileiro e não é candidato, Ele também deve estar na mesma situação que nós.

Leila Rodrigues
Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 03 de outubro de 2018
Imagem: internet

Olá pessoal,

Opinião e escolha, são direitos sagrados de cada um. Assim como não gosto de ser “invadida" do meu direito de escolha, todo o cuidado de não “invadir” a escolha alheia. Relutei antes de escrever este texto, mesmo porque, quem me conhece sabe que, política, religião e futebol eu nunca trato neste espaço. 
Espero não ter ferido suas sagradas escolhas, nem tampouco, denegrido esta ou aquela opção. Somos todos brasileiros, todos necessitados de dias melhores. 
Que vença o, verdadeiramente, melhor!!!!

Grande abraço


Leila Rodrigues

sábado, 18 de agosto de 2018

Tenho, não nego



Tenho dúvidas. Muitas! Eu que um dia me senti cheia de certezas, deixei-as no caminho e hoje coleciono dúvidas diversas. Elas são fruto da minha curiosidade, da minha inquietude, do meu inconformismo com as circunstâncias e os fatos. 
Tenho medo. Muito! É ele que não me deixa atirar de cabeça no escuro. Aprendi a levá-lo comigo e posso dizer que hoje somos parceiros. 
Tenho sonhos! Muitos! Tenho sonhos, planos, projetos e propósitos! Combinados que faço com a vida e que dão sentido à minha existência. Não importa quanto tempo eu tenho pela frente, pretendo morrer sonhando. E em plena construção de alguma coisa! 
Tenho saudades! Muitas! Saudade de pessoas e de suas presenças, de momentos intensos vividos com pessoas especiais. Mas não confundo a minha saudade com vontade de voltar. Estou bem aqui. E a minha nostalgia é um livro de querer bem, onde guardo o que me foi precioso um dia. 
Tenho fé! Muita! Fé em Deus, fé na vida, fé nas pessoas. E até que me provem o contrário, todo mundo é bom. Embora muitos já tenham sim, me provado o contrário, ainda existem outros tantos que não me provaram nada. É nesses que eu deposito a minha fé. E por isso mesmo a minha fé é gigantesca. 
Tenho esperança. Muita! Tenho esperança de que o homem ainda volte a ser humano. Humano na mais pura expressão da palavra. E que, sendo humano, reconheça no outro um humano também. 
Tenho sentimentos. Muitos! E não há estatística que explique o que é isso que eu trago no peito. Porque a lógica do coração é outra! Tenho uma infinidade de sentimentos que se misturam dentro de mim. Ora tenho sentimentos nobres, ora tenho sentimentos confusos, difíceis de administrar. Tenho tristeza, raiva, ciúme, carência e, de vez em quando, desânimo de continuar. Gostaria de não tê-los, confesso. Mas eles existem e não justifica negligenciá-los a esta altura da minha vida. 
Tenho alegria. Muita! Alegria de viver. Alegria sem motivo. Alegria de estar aqui, vivendo esta experiência incrível de ser quem eu sou, no lugar que eu estou com as pessoas que cruzam o meu caminho. Nada poderia ser melhor que isto. 
E tenho amor! Muito! Ah é claro que eu tenho! Amor pelas pessoas, amor pelo meu amor, amor à minha profissão, amor ao universo que me comporta, amor à vida, amor àquela mulher que vejo no espelho depois do banho, amor! Não sei viver sem amar. 
Isso é tudo que eu tenho. O resto? O resto são artefatos; nada mais! 

Leila Rodrigues

Imagem: Acervo pessoal, eu e meu filho Gustavo, o que eu já fiz de melhor nesta vida. O que eu tenho de mais puro e verdadeiro amor.
Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos


Olá pessoal,

Hoje gostaria de agradecer publicamente a um amigo muito querido. O Sr. Wellington, um leitor que me acompanha desde que comecei a escrever. Ele sempre aparece na hora certa e do jeito certo. Sr. Wellington é daquelas pessoas que mais parecem frestas de luz na vida da gente. Esta semana ele me ligou e com seu único de falar comigo, me cobrou o livro. Meu querido amigo, atendendo ao seu pedido, decidi dar continuidade ao projeto do livro que já estava em andamento e foi paralisado por questões pessoais.
Então, para você que me acompanha aqui no blog, em primeira mão eu anuncio: O livro vem aí!!! Vou contando por aqui as novidades. Obrigada por todo incentivo que sempre me deram!

Grande abraço



Leila Rodrigues

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Das coisas que nunca se diz


Não sinto raiva da rotina; mas sinto saudade das surpresas. Do bilhete no para-brisa, da visita inesperada, do elogio sem ensaio ou da velha frase dita de um jeito novo. Não sinto por trabalhar o dia todo; mas sinto falta de alguém perguntar como foi o meu dia. Sinto falta de colo, por mais crescida que eu esteja. E de alguém que me enxergue além da fortaleza que pareço ser. 
Não me incomoda ver no meu rosto que o tempo passou; mas me incomoda, e muito, ver as pessoas escondendo o tempo de si mesmas. Crentes que um creme-anti-idade, vai esconder o passado e a vida que viveram. 
Não creio mais em contos de fadas, mas creio nas fadas que se apresentam na minha vida das formas mais incríveis e inesperadas. Não morro por não ter realizado todos os meus sonhos, sonhei tanto que deixei reservas, mas morro aos poucos quando tenho que abrir mão daqueles sonhos que escolhi realizar. 
Já não me importa mais se você não ouve o que eu falo, mas me importa muito quando não me deixam falar. Não me incomoda mais a música do vizinho, mas me incomoda muito o silêncio de quem vive comigo. Quero falas, quero risos, quero participação efetiva e não uma lista de presença. 
Não quero voltar a ser criança, mas me recuso a matar a criança que ainda resta em mim. Aquela que gosta de brigadeiro, que compra meias coloridas e que lê gibis na sala de espera lotada de gente grande. 
São coisas que nunca dizemos, que nunca revelamos para não causar mais problemas do que já temos. Um dia calamos, seja por negligência ou por acomodação. No outro calamos por precaução. E quando nos damos conta, não sabemos mais como falar. Então guardamos tudo na última gaveta de nós mesmos. Aquela onde ficamos sozinhos, completamente nus e à deriva de nossas fraquezas. É aí que somos de verdade quem somos. Onde não existe filtro que mascare nossas verdades. Um dia a gente cria coragem e abre essa gaveta. E eis que lá estão eles. Nossos medos, nossas opiniões mais escusas, nossas angústias escondidas e nossos sonhos engavetados. Então nos vemos assim, tão simplesmente como somos. Sem mais nem menos, sem antes nem depois. Apenas nós e tudo aquilo que sentimos; de bom, de ruim, de grande, de pequeno, de lucidez, de loucura. 
Por que será que é tão difícil ser quem somos? Por que será que precisamos ser “tantos”,  para esconder o “um” que realmente somos? Era para ser tudo tão simples! Pena termos optado por complicar.

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos

Olá pessoal,

Atire a primeira pedra quem nunca guardou para si, coisas que gostaria de dizer. Na importam os motivos, cada um tem os seus. Cada um sabe o esforço que é ser quem é. E sigamos assim, entre erros, acertos, tentativas e cabeçadas…

Grande abraço


Leila Rodrigues

domingo, 15 de julho de 2018

Uma jovem de 80 anos


Uma jovem de 80 anos

O clima fica diferente. Nas ruas, há um movimento. Cartazes, comentários, convites. Há um bom motivo para festejar! 
Todos são convidados. Sem restrição. Para os religiosos tem novena da Santa Padroeira - Nossa Senhora do Carmo. Para os mais novos, tem jogos, shows e baladas. Para os tradicionais tem o desfile. Se ontem fomos nós com nossas mini-saias de prega e o tênis Bamba, hoje são nossos filhos e nossos netos com suas selfies. Olha fanfarra do Estadual deixando a festa ainda mais linda! Os meninos da APAE, a pipoca, o picolé, as pessoas na rua à espera das homenagens. E para os que se foram, tem a satisfação de aparecer para encontrar a família e os amigos. Basta dar uma volta para encontrar com aqueles, que um dia fizeram parte da nossa vida. Um abraço aqui, uma lembrança ali... e em instantes a roda de conhecidos se forma. Ah isso não tem preço!!! Vale a pena vir em Arcos no dia do desfile, simplesmente para matar a saudade. Saudade do muro do fórum, do bar do Idolves, do Tio Patinhas e principalmente daquele furdunço de gente aglomerada na praça no dia da cidade. Mudam-se as musicas, os bares e o jeito de se divertir. Mas há que se conservar o amor à esta cidade querida, que tão bem acolhe a quem quer que chegue. 
Ah, já faz tanto tempo que cheguei aqui em Arcos, que é natural para mim dizer que sou daqui, mesmo não sendo. Sempre que chega esta época, é gostoso viajar no tempo e lembrar de quando chegamos, ou de quando começamos a nos entender como gente (para quem nasceu aqui). Quais eram nossas expectativas? O que esperávamos da nossa Arcos? Nossos sonhos, nossos amores, nossa juventude ávida por um baile no clube. Cada um de nós descobriu como pôde um jeito de ser feliz. Muitos construíram seus sonhos aqui mesmo, outros tantos se foram.  A vida se encarregou de dar o destino certo para cada um. E ainda que hoje eu não more aqui, o meu amor pela cidade estará presente na minha vida e nas minhas atitudes. É a nossa Arcos soprando mais uma vela da sua história. Ela chegou aos 80 anos. Tão jovem! Com tanto futuro pela frente, ainda há muito o que conquistar! E nós estaremos aqui; entra ano, sai ano, assistindo às mudanças do tempo acontecer com as pessoas, com a cidade e com cada um de nós! Evoluir sim, envelhecer jamais! 

Leila Rodrigues

Publicado no JC Arcos em 15 de julho de 2018


Olá pessoal,

Hoje todas as honras e todas as boas  energias são para Arcos, esta cidade que eu amo e que tenho orgulho de dizer que é a minha casa. Parabéns Arcos! Que você continue crescendo e se desenvolvendo cada vez mais. Que pessoas competentes e honestas estejam à frente de bons projetos e que nós tenhamos sempre bons motivos para voltar. 
A todos que fazem desta cidade, este lugar tão especial, meu abraço e o meu carinho.


Leila Rodrigues