Meus caros,
Não resisti à vontade de falar com vocês. Primeiramente para
agradecer a todos pelas visitas e pelos comentários, sempre carinhosos.
Muito
obrigada! É para vocês que escrevo.
O post de hoje é uma façanha! Verdade! Eu raramente escrevo poemas.
Não só pela minha dificuldade de rimar, mas também pela dificuldade de, com tão
poucas palavras, descrever um pensamento. Sou muito apegada aos artigos, aos
pontos e vírgulas e talvez por isso não tenha tanta intimidade com a poesia.
Embora me encante tanto quanto a crônica, a prosa ou um parágrafo recheado de
verdades.
Mas fui desafiada por um amigo e resolvi aceitar. Então compartilho
com vocês meu poema, inspirado neste momento enlouquecedor que é o climatério. Dedicado
a todos as minhas amigas que juram de pé junto que este dia ainda não chegou e silenciosamente
tentam acalmar o fogo que surge inesperadamente sem qualquer explicação.
Existe sobrevida após esta tempestade! Eu não vejo a hora de chegar
do lado de lá!
Grande abraço a todos
Leila Rodrigues
Climatério
Desconfio de mim
Da autoridade que revelo e não possuo
Da criança que alimento e não faço ver
Qual de mim será aquela que valha a pena ser?
Desconfio dela
Dessa identidade desbotada que carrego
Carimbada em cima de muitos anos atrás
Como se o tempo não soubesse desbotar as almas
Não me reconheço ali
Nem tampouco espero me reconhecer acolá
Desconfio dele
Desconfio que meu coração me engana
Ele já não se encanta tanto pelos homens
Como se encanta com os pardais na cerca pela manhã
Mas ainda resta um pouco de lucidez
Aquela que não me deixa sair por aí
A girar de alegria quando meu manacá floresce
Desconfio de mim
Da autoridade que revelo e não possuo
Da criança que alimento e não faço ver
Qual de mim será aquela que valha a pena ser?
Desconfio dela
Dessa identidade desbotada que carrego
Carimbada em cima de muitos anos atrás
Como se o tempo não soubesse desbotar as almas
Não me reconheço ali
Nem tampouco espero me reconhecer acolá
Desconfio dele
Desconfio que meu coração me engana
Ele já não se encanta tanto pelos homens
Como se encanta com os pardais na cerca pela manhã
Mas ainda resta um pouco de lucidez
Aquela que não me deixa sair por aí
A girar de alegria quando meu manacá floresce
Leila Rodrigues
Imagem da internet