domingo, 24 de junho de 2018

Bem longe


Bem longe 

Um dia bati as minhas pequenas asas e voei. Acordei em outras janelas. Foi um tempo de saudade, de lágrimas e de dificuldade. Contudo foi, sem dúvida, o tempo em que eu mais cresci! 
Eu sentia saudade da minha avó, da briga com meus irmãos por batata frita, da minha rua e em especial da minha mãe. É! Eu estava longe de casa! E quando estamos longe, até dos cenários temos saudade. 
Quando estamos longe, todo tempo é comprido, toda memória é saudade e em cada canto enxergamos traços daqueles que habitam o nosso coração. Sentia falta da volta pra casa depois do trabalho e de explicar para as pessoas que eu era a filha do Deco. Ali onde eu estava, ser filha do Deco ou de ninguém não fazia a menor diferença. 
A distância nos amadurece sem pedir licença, hoje eu sei. A distância fez com que todas as preocupações da minha mãe ecoassem na minha cabeça de tal forma, que era impossível não obedecer a tudo que eu havia aprendido com ela. Eu estava longe, bem longe. Naquela cidade imensa, cheia de gente desconhecida. Eu poderia ter feito qualquer coisa. Não tinha ninguém me olhando, não tinha ninguém para “contar lá em casa” o que eu tivesse feito. E ainda assim, eu optei por fazer o que havia aprendido. Eram as minhas raízes falando mais alto que as ofertas da vida! Foi neste momento, o de fazer escolhas sozinha, que eu experimentei a arte de amadurecer. Não foi fácil,  mas foi assim que me tornei protagonista da minha própria história. Caso contrário, eu seria até hoje, uma espectadora de mim mesma!

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos


Olá pessoal,

esta é uma parte da minha história. Uma parte importante, o início de tudo. Não é fácil ir do interior para a cidade grande, mas o aprendizado é gigantesco. Tudo valeu a pena! Faria tudo de novo!
Respondendo à pergunta que muitos fizeram, as postagens diminuíram, porque estou trabalhando no livro, portanto, guardando algumas surpresas para tal. 

Grande abraço


Leila Rodrigues



4 comentários:

  1. Tudo bem, Leila?

    Conheci seu blog há pouco tempo e já é um dos meus favoritos.

    Lendo a sua última postagem, onde você diz ser a filha do Deco, me surgiu uma curiosidade.
    Seria o Deco da Itinha?

    Ser filha do Deco, nesse caso, faz a maior diferença (me desculpe a brincadeira).
    Nossos pais são compadres.

    Sou de Campo Belo e sou filha do Vani da CSN.
    Que coincidência!

    Gosto muito de suas "Palavras" e me tornei sua fã.
    Tenho um blog onde posto textos e músicas que gosto e nele já tem um marcador com o seu nome.

    Parabéns pelo talento!
    Um abraço,
    Margareth

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    1. Oi Margareth, sou eu mesma. Lembro de você. Morena, linda, de cabelos compridos. Que bom saber que você gosta dos meus textos. Muito obrigada. Quando eu for a Campo Belo te aviso para encontrarmos. Me passe o endereço do seu blog que vou acessar tb. Grande abraço fiquei muito feliz com a sua msg.

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  2. Olá Leila, li e me vi na cidade de São Paulo nos anos 70, deixando minha Itabira na Minas tão Gerais para enfrentar aquela selva de pedra onde todos são estranhos e tudo nos medra e sempre me vinha os conselhos da mãe e do paí e de alguns irmãos mais velhos. Sentia saudades de tudo e hoje ainda as sinto hoje morando em Salvador depois de passar por 5 anos em Belo Horizonte a Minas não sai de mim,rsrs.
    Minha ultima postagem falo destas lembranças e saudades também.
    Carinhoso abraço amiga.

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    1. Toninho, então você entende o que eu digo. Mundo pequeno este, não é? A gente sempre encontra alguém que percorreu um caminho parecido. Obrigada por dividir um pedacinho da sua história comigo. Vou lá no seu blog ler a sua postagem. Grande abraço

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