segunda-feira, 17 de abril de 2017

O que temos para hoje?



Cresci em uma casa com quintal bem grande. Cresci em uma casa com quintal bem grande e todo plantado. Resumindo, cresci me alimentando da horta lá de casa. Todo dia, íamos até a horta saber "o que tinha para comer”. Colhíamos e preparávamos nossa refeição com base nesta resposta. Tudo muito simples, muito prático e delicioso. Foi assim que eu aprendi a gostar de tudo e de ter prazer em cozinhar. Hoje, muito tempo depois, vim saber que este modelo simples de alimentar talvez seja o mais correto e o mais rico em nutrientes. Legumes, frutas e verduras da estação, plantadas e colhidas em casa. Um tesouro!
Indo direto da horta para o mundo corporativo, hoje percebo as pessoas muito preocupadas em atingir a alta performance e em alcançar altos cargos em suas vidas profissionais. Muitas dessas pessoas estão empregadas, mas almejando a felicidade em outro lugar, provavelmente em uma empresa maior ou de maior importância e muito pouco preocupadas com o que se tem para hoje. Sendo assim, a comida de hoje, o emprego que o sustenta neste exato momento, perde por completo a importância.
Chamo a atenção para dois pontos. O primeiro trata-se do fato de que, para eu fazer bem o papel principal, eu tenho que primeiro fazer muito bem o papel de figurante. Depois vem o papel de coadjuvante e se eu o fizer maravilhosamente bem, aí sim pode ser que eu ganhe o papel principal. Então, indiscutivelmente, para eu saborear a comida maravilhosa de amanhã, eu preciso me alimentar do que eu tenho para hoje. Preciso experimentar, comer, saborear e perceber o quanto esta me sustentou. 
O segundo ponto de atenção é a oportunidade. Onde estão as boas oportunidades? Lá longe? Lá naquele emprego dos sonhos onde todos parecem felizes? A oportunidade pode estar do seu lado, te observando como seu cliente ou admirando a sua forma de lidar com os seus colegas. Ah essa tal oportunidade pode estar entre as frestas da porta, entre um corredor e outro. E quando menos você imaginar, ela passou por você e você nem viu. 
Para fecharmos o raciocínio, eu convido você a olhar melhor para a sua horta hoje. Olhe para a sua horta de oportunidades. Perceba o que você tem, o que te espera, o que depende de você e faça disso o seu melhor jantar. Trabalhe saboreando com prazer o que a vida te oferece neste exato momento. Só assim você terá chances concretas de prover para si um futuro melhor.


Leila Rodrigues

Imagem da Internet
Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos

Olá pessoal,

Depois de uns dias de descanso, aqui estou eu de novo com o Palavras. 
Sempre que escrevo, tenho como pano de fundo o que vivencio ou vivenciei em algum momento da minha vida. É verdade que vivi nesta casa com horta. Casa que, inclusive, meus pais vivem até hoje. E a horta continua lá, alegrando e alimentando a todos nós. Vizinhos e amigos também compartilham dos frutos deste pedaço mágico de terra.
Quis trazer a horta à tona porque ela foi realmente muito importante na minha formação. 
Os assuntos “liderança”  e "alta performance” estão aí na mídia e nas redes sociais para quem quiser ouvir. Fala-se o tempo todo nisso. Parece tudo tão fácil e lindo que todos querem ser líderes e atingir a alta performance. Eu ainda acredito que a alta performance tem que começar em nossa própria vida, com as pessoas que a gente ama, dentro de casa. A partir daí quem sabe você não pode buscá-la nos seus projetos profissionais e por que não, onde você estiver? 
A felicidade só estará no topo da escada, se você se sentiu feliz enquanto subia os degraus. Caso contrário, será apenas uma compensação por um esforço infeliz.   

Grande abraço


Leila Rodrigues


3 comentários:

  1. Oi, Leila, belo texto. Tenho olhado muito para o que temos e não para o que podemos vir a ter! Há algum tempo eu e meu marido somos vegetarianos (os filhos não, são carnívoros rss). Mas nós almoçamos fora e prestamos muita atenção nas saladas e verduras, restaurante ótimo. E estamos felizes em cuidar mais dessa parte, da alimentação saudável. Fui criada nas nossas tradições, churrasco. Mas chega-se num período na vida em que as prioridades passam a ser outras, em tudo. A vida é assim, com o tempo vamos nos acostumando com algumas 'baixas', mas ganhando noutras. É só refletirmos um pouco que tudo se encaixa...
    Beijo grande, querida, uma ótima semana.

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  2. Que lindo e que leveza... admiro muito isso em você Leila, mas eu sou do tipo tudo muito prático, porém exigente na seleção dos produtos para consumo. Acredito que não somente as escolhas mas, certas renúncias também são determinantes para a felicidade. Bjs Querida!

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  3. Que linda reflexão, Leila Rodrigues!
    Eu aprendi a ser feliz com o que está próximo, sem desistir de sonhar e evoluir!
    Eu tenho um quintal.Algumas plantas. Uma família de Bem-te-vi morando no abacateiro. Meus netos adoram acompanhar o desenvolvimento de uma lagarta, até a transformação em borboleta!
    Às vezes um Beija-flor se atrapalha e vem parar dentro de casa...
    É muito bom.
    Não é preciso muito para ser feliz!
    Abraços!!! Saudades!

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