domingo, 10 de abril de 2016

Por Luiza


Era para ser um domingo como outro qualquer, mas um convite inusitado me fez mudar a minha rotina e atravessar o centro da cidade às 06:30 da manhã daquele domingo. Luiza nasceria bem cedinho e eu fui convidada a assistir o parto. Eu já havia assistido outros partos, mas este é um convite que nunca recuso. É um privilégio participar desse momento mágico que é a chegada de um novo ser neste nosso mundo.
Família reunida, mamãe e papai aflitos e ao mesmo tempo felizes, despedidas  e selfies antes dos pais atravessarem para o lado proibido, a sala de cirurgia. Era o quarto bebê da família. Um ato de coragem e amor dos pais para os padrões do nosso país que não quer saber de família "grande". E pensar que antes as famílias tinham oito, dez filhos!
Ela chegou como chegam os bebês, chorando. E nós que disputávamos o espaço da minúscula salinha de "assistir parto" choramos de emoção com sua chegada. Mas eu, surpreendendo a mim mesma, chorei mais que o costumado choro de emoção.
Chorei de alegria por ter participado de um momento mágico como esse. Chorei quando vi naquele pequenino ser um livro em branco que começava a ser escrito. Enquanto eu observava Luiza ter seus primeiros contatos com este nosso mundo, recostei no sofá e deixei as minhas lágrimas rolarem soltas pelo meu rosto. Todos estavam ocupados demais com a pequena Luiza e eu podia curtir todos os sentimentos daquele momento do meu jeito. Era um choro bom! Um choro pela vida.
Chorei os filhos que não tive coragem de ter porque o trabalho e o resultado foram mais importantes naquele determinado momento da minha história. Chorei a saudade dos meus filhos pequenos necessitando dos meus cuidados. Chorei a fragilidade e a grandeza daquele bebê ainda tão recente e capaz de despertar em mim sentimentos guardados por tantos anos.
O pai de Luiza a trouxe para bem perto de nós e pude observar seu rostinho delicado pronto para viver mais uma história de amor.
Voltei para casa pensando e desejando as melhores e mais puras energias para aquela pequena. Inspirada em Luiza cheguei à conclusão de que eu não posso começar um livro novo, mas posso virar a página e escrever um novo capítulo. Sempre haverá algo a renascer dentro de nós!

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem gentilmente cedida pela mãe de Luiza - Rita Viana

Olá pessoal,

essa doçura de bebê da foto é Luiza. A razão desta crônica. Não há nada mais apaziguador para os nossos corações apressados que ver um bebê dormir. É tão profundo e ao mesmo tempo tão leve que nos remete automaticamente à paz.   Que possamos sempre enxergar nos bebês a esperança de uma geração melhor que consequentemente construirá um mundo melhor.

Grande abraço, obrigada pela visita


Leila Rodrigues

11 comentários:

  1. Ola Leila, uma cronica emotiva com belas reflexões.
    Perfeita colocação,virar a pagina e escrever um novo capítulo, isto faz a vida tomar sentido e nesta missão do novo um reacender de esperanças de um belo fechamento.
    Linda a Luisa e que ela possa encontrar um caminho melhor nesta vida e que os anjos a ilumine. Uma criança é um elo da esperança.

    Uma linda semana de paz.
    Meu carinhoso abraço.

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    1. Oi Toninho, obrigada pela visita e pelo comentário. Tive problemas com o blog e só hoje tive condições de agradecer. Seja sempre bem-vindo aqui. Grande abraço

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  2. Bebês que chegam nos emocionam sempre! Ternura, doçura, tanto amor envolvido! Que Luisa seja muito feliz sempre! bjs, tudo de bom,chica

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  3. Olá, Leila.

    E viva a vida! Viva as possibilidades de nascer e estar aqui escrevendo o próprio destino e interagindo com tudo e todos, aprendendo e evoluindo, construindo um caminhar.

    Um abração e uma boa semana.

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    1. Oi Antonio, obrigada pela visita e pelo comentário. Tive problemas com o blog e só hoje tive condições de agradecer. Seja sempre bem-vindo aqui. Grande abraço

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  4. Bem-vinda seja, Luiza! Há um mundo todinho à sua espera! Seja muito feliz!
    E, você Leila, é muito jovem para muitos outros capítulos lindos como essa narrativa emocionante e encantadora! Parabéns!
    Abraço.

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    1. Oi Célia, por problemas com o blogger só hoje pude agradecer a visita e o comentário. Muito obrigada.
      Grande abraço

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  5. Que lindo e emocionante relato! Tão sensível que estou daqui desejando boas vindas à Luiza e desejando muita inspiração para você em novos capítulos, sempre renascendo o melhor em nós!
    Beijo

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    1. Oi Ana Paula, tive problemas com o blogger e só hoje consegui responder. Obrigada pela visita e pelos comentários. Seja sempre bem-vinda aqui.
      Grande abraço

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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