sábado, 12 de agosto de 2017

Nostalgia


Eu sempre acreditei que a morte é uma passagem para um outro plano, outra dimensão. Mas sempre que morre alguém querido, que um dia fez parte da nossa convivência é inevitável a saudade, a dor e a lembrança. Não importa se a pessoa se foi de repente, em um acidente ou se lutou bravamente contra alguma doença. Não importa se era jovem ou velho e também não importa a sua crença religiosa ou se você acredita em vida do lado de lá. A morte sempre vai nos trazer à realidade e nos fazer pensar. 
Nesta semana a morte do Charles me fez viajar no tempo. Impossível lembrar do Charles e não lembrar aquele sorriso debochado, aquele rosto sempre alegre, como quem quisesse desafiar a lei da tristeza. Impossível lembrar do Charles sem lembrar do Tei, sempre educado, divertido e desejado por todas as meninas da nossa geração. Impossível lembrar do Charles e do Bruno (Tei) sem lembrar do Chiquito, da Vera, do Patrik enfim dessa família inteira que se foi aos poucos como se seguissem todos o mesmo caminho para algum lugar combinado. É como um cordão umbilical que não se cortou mas serviu de laço para levá-los todos a um encontro do lado de lá, puxados pela mãe. 
É fácil imaginar que eles agora estejam juntos e comemorando a seu modo em algum lugar. Tomara que sim! 
É impossível lembrar desta família sem lembrar dos anos 80, da boate do clube, da fanfarra do estadual, da lagoa, das coisas que vivemos juntos naquele tempo que foi só nosso. 
É! Hoje somos história! A nossa Arcos tão aconchegante e gostosa cresceu. Tantas outras pessoas chegaram e fizeram crescer a nossa pequena cidade. Tanta coisa mudou por aqui e o Estadual não é mais aquele único colégio da cidade. 
Muitos de nós se foram como eu e hoje estão espalhados por aí criando suas famílias e contando suas histórias para as próximas gerações. Alguns se foram para bem longe, outros para outra dimensão. E o que fica é a nostalgia de um tempo bom. Um tempo em que fomos ingênuos e felizes. 
A modernidade traz conforto, traz opções e possibilidades, mas só a história traz o sentimento de pertencimento, emoção de verdade. 
Sempre haverá a história para nos lembrar nossas raízes. Para nos lembrar que um dia pertencemos a um grupo, um bando, a algum lugar a uma geração. 
Era uma vez uma família linda! O pai, a mãe e seus três filhos, três príncipes…

Leila Rodrigues

Publicado no JC Arcos em 12/08/2017
Imagem da Internet


Olá pessoal,

Existem coisas que não têm explicação. A morte é uma delas. Ficam os bons momentos, as histórias que vivemos, desde as mínimas e simples até as mais longas e intensas e uma grande saudade. 
Tudo vira história! O que fomos, o que fizemos, o que sonhamos ser. Tudo um dia vira história! E a vida? A vida acaba sendo uma grande lição.
Sigamos pois, que enquanto estivermos aqui, a história é por nossa conta.

Grande abraço

Leila Rodrigues


Um comentário:

  1. Quando temos uma família e dela herdamos a saudade dos bons momentos, as boas lições, os bons exemplos, fica evidente que o amor refletir-se-á em nossas ações.
    Hoje, na família pluricelular, temos 'pãe, mãi', que assumem a diversidade amorosa com seus integrantes... O importante é a amorosidade e o respeito às individualidades.
    Abraços

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita. É muito bom ter você por aqui!
Fique à vontade para deixar o seu recado.
Volte sempre que quiser.
Grande abraço