Da janela eu a vi
sair do estacionamento apertado e pegar a avenida principal. Linda! Radiante!
Resolvida na medida certa para fazer acontecer e sensível o bastante para não
perder a meiguice. No seu coração, em doses proporcionais confiança e medo se
equilibram. E eu engulo o choro e a saudade em uma dose única e volto ao
trabalho.
O que te dizer no
momento da despedida? Sempre soube que este dia chegaria, mas ainda assim,
vê-la partir foi uma prova de fogo. Mas a vida não é assim? Os filhos
são do mundo. Um dia crescem, no outro descobrem as asas e no outro percebem
que o céu não tem fronteiras. Com você não poderia ser diferente. E eu bem sei
que chegara seu tempo de voar com as próprias asas.
O que dizer de você
minha doce menina? Era para sermos apenas colegas, mas esse seu coração de
portas escancaradas nos fez amigas. Era para fazermos algumas coisas
interessantes, mas nós fizemos todas as coisas interessantes que víamos pela
frente. Era para termos medo, mas a nossa ingenuidade nos deu uma coragem tão
grande que juntas enfrentamos mamutes, tigres e leões. Era para eu te ensinar,
mas quem aprendeu fui eu. Com você aprendi abrir portas com um sorriso, aprendi
não ter medo de cara feia e principalmente aprendi que podemos sair de qualquer
lugar pela porta da frente.
O que te desejar
neste momento? Eu desejo minha menina que virou mulher, que você alce seus voos
sempre em direção à sua felicidade. E que a cada obstáculo que surgir, você se
lembre de todas as vezes que o seu sorriso acalmou os leões e faça uso dele.
Que você se recorde sempre que a sua competência é bem maior do que a sua
modéstia te diz. E que você pode ir muito além do que acredita. Tome posse de
suas competências e siga em frente. O mundo é carente de mulheres como você.
Daqui para frente
você ocupará o lugar sagrado do meu coração onde ficam as poucas e verdadeiras
amizades. Sigamos pois cada uma seu rumo, com a certeza de podermos tomar nosso
café com queijo fresco toda vez que a saudade apertar.
Você ficará para
sempre no DNA deste lugar. Nas meninas que querem ser como você, nas
entrelinhas de tudo que você escreveu. Afinal, de tudo que vivemos o que fica
mesmo é a história. Esse traço que marcamos no tempo com as nossas atitudes.
Bordado por falas, gestos, lágrimas, sorrisos e olhares. Esse sim é capaz de
atravessar até os corações mais duros e frios e lá permanecer para sempre!
Leila Rodrigues
Imagem da internet
Publicado no Jornal Agora
Divinópolis em 24/03/2015
Que lindo, Leila!!!
ResponderExcluirQue lindo, Leila!!!
ResponderExcluir...não somos nós quem dizemos
ResponderExcluiras palavras, e sim elas é
que nos dizem...
o que acabo de ler aqui agora
é fruto de um coração generoso,
reconhecido e coberto de amor.
linda homenagem a quem te fez
tanto bem...que vocês continuem
sendo amigas/irmãs por todo
sempre!
e a vida segue!
bjs...sempre!
Parabéns Leila ,gosto muito de ler seus textos ,você tem uma capacidade muito grande de brincar com as palavras....É grandiosa a sua colocação das mesmas,tornando prazeirosa a leitura...Um grande abraço!
ResponderExcluirAiiii, meu coração, Leila!
ResponderExcluirEstou aqui, engasgada, olhando para minha pequena de 5 anos e vendo-a transformar-se, em um piscar de olhos, nessa mulher incrível que você descreve!
O dia chegará... confesso que hoje sinto medo... de não estar preparada... pois quanto a ela, estou fazendo de tudo para que não tenha medo de abrir as asas e alçar voo, quando chegar a hora. Mas não agora, só quando chegar a hora...
Preciso dizer quanto adoro tuas palavras, tuas experiências criadas ou vividas, tuas histórias? Será o laço invisível dessa cidade que compartilhamos, sem uma sequer saber da existência da outra? Não sei... só sei que adoro vir aqui!
Muitas saudades!!!
Beijos
Um belo texto. Parabéns!
ResponderExcluirE, como voam, Leila! Novos ares, novas paisagens, novos horizontes... esse é o mundo deles que muito fizeram por nós, em lições diárias de convivência. Felizes são os pais, os amigos que sabem que tudo tem seu tempo para acontecer e que a convivência afetiva jamais será esquecida. É marca registrada entre os afetos. Linda a sua crônica de vida! Parabéns!
ResponderExcluirAbraço.
Lindo e emocionante! Temos que ver os filhos criar asas, voar ...Ficamos sem chão na hora, depois acostumamos e passamos a torcer, torcer e torcer... beijos,chica
ResponderExcluirSaber que há partida, esperar o encontro,pois que esta vida é toda feita de encontros e despedidas e nos maltrata a incerteza da volta.
ResponderExcluirBeleza de inspiração nesta reflexão da liberdade, da continuação de vidas.
Muito bom Leila.
Abraços com carinho.