segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Dois anos do Palavras




 



Olá meus caros,

Esta semana quero dividir com vocês a alegria desses dois anos do Palavras. Uma brincadeira que virou coisa de gente grande. Escrever se tornou parte da minha rotina. Como diz muito bem a nossa querida Ana Cecília Romeu, é um amor que não se explica. E quando percebemos, estamos completamente tomados pela febre de escrever.
Pelos dois anos de aniversário, teremos dois posts em um.

 Palavras é um poema da amiga blogueira, a escritora Célia Rangel. Entre tantas palavras lindas dos amigos blogueiros, escolhi este porque achei que traduz bem o Palavras (além de ter o nome do blog) e também pelo trabalho da Célia Rangel que eu admiro muito. 


Encontros é uma prosa poética que fiz quando tive a oportunidade de abraçar uma das primeiras pessoas que me acolheu na blogsfera, Ricardo Calmon e sua esposa Regina Calmon. Escolhi esta prosa porque representa a amizade e o carinho que eu tenho pelos meus amigos da blogsfera. Muitos destes que parece que eu já conhecia ha anos, tamanha a afinidade como a Ma Ferreira que se tornou uma irmã. Os outros eu tenho no coração e espero um dia nos encontrarmos.

Não conseguiria falar o nome de todos aqui porque são muitos, mas sintam-se todos abraçados por mim. Embora eu reconheça a importância dos números, não sou apegada em quantidade, não conto vocês pelo número de seguidores nem de visitantes,  satisfaço-me muito bem com a qualidade das amizades que conquistei. 

A todos vocês, muito obrigada pela companhia que me fazem pelo calor que emanam nas palavras que me deixam e pela alegria de fazer parte desta grande roda.
Um abraço de amigo em todos vocês e a certeza de que, se não nos encontrarmos pessoalmente um dia, nossas almas certamente o farão.
Beijos e boa leitura.

Leila Rodrigues





Encontros


O céu cinzento, a chuva fria, folhas ao vento e aqui dentro a certeza de que este não foi o nosso primeiro episódio. Magias de viver que provocam o encontro, certezas da alma que o fazem acontecer. Porque hoje era tão claro, tão luz e tão óbvio que nossas almas sim, já se conheciam.
Nada a explicar, nada a pedir, simplesmente tudo a usufruir. Tudo tão liberto, tão solto e ao mesmo tempo preso num fio de tempo que em algum momento aconteceu lá atrás. 
Histórias e sorrisos tão nítidos e tão próximos que a alma não se surpreende, apenas entendem e sorriem junto, como se estivesse presente em cada fato.
Um dia, um lugar, um momento e para sempre a certeza de que já fazíamos parte da vida que, de longe, acontecia em cada um.
Histórias que vivemos isolados e que se fundem num lampejo de tempo.
Esquinas que se cruzam, destinos que se esbarram.
...E o encontro vira apenas consequência da óbvia união de nossas almas, que acontecera num tempo que este tempo desconhece. Encontro de almas, de certezas, de sorrisos. De pessoas que acreditam, sinceramente, que viver é pura magia!

Leila Rodrigues

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Vida no interior




Olá pessoal,

Através do meu trabalho, tenho a oportunidade de conviver com pessoas em várias cidades do país, inclusive as capitais. Sempre nos demos muito bem, mas, nesta convivência, aprendi que, às vezes é preciso deixar claro a que viemos e quais são nossos propósitos.  Vida no interior vai falar sobre isso. Espero que gostem.
A foto é uma homenagem à cidade de Arcos, onde eu cresci e me tornei quem eu sou.
Este mês o Palavras faz dois anos. E na semana que vem teremos uma postagem especial de aniversário. Convido a todos para comemorarem comigo.
Abraços e Boa leitura!

Leila Rodrigues



Vida no interior


Tudo começa com o galo cantando. É ele que anuncia o dia ainda antes do sol nascer. Depois vem o cheiro de café coado na hora o biscoito frito e a neblina da manhã na serra. Só quem vive aqui sabe que privilégio é esse. O rádio conta as notícias da noite. Daqui, da redondeza e do resto do mundo. Enquanto tomo o café ouço as notícias e verifico a agenda do dia. Depois do café começa o corre-corre. 
Reuniões, discussões, decisões e muito trabalho. Todos correm. A luta de quem vive no interior não é menor que a da cidade grande. O que se percebe muitas vezes na nossa convivência com quem está nos grandes centros, principalmente se este grande centro está em outro estado, é que eles acreditam que no interior só existe pasmaceira e que nossos neurônios trabalham na velocidade dos jegues. 
Alto lá! Aqui existe inteligência, adrenalina, correria, empenho e muita dedicação. Não é porque eu gasto 00h15min para fazer o percurso casa-trabalho que eu tenho tempo de sobra para dormir depois do almoço. Aqui também se planeja, executa, monitora, entrega, solicita, compra e vende. Assim como vocês que estão do outro lado da serra. Nossos dias são corridos como o de qualquer outro cidadão. 
Depois do trabalho vem o inglês, o MBA, a faculdade, o esporte, o dever de casa do filho, o grupo de estudo, a reunião, a internet... Como acontece em Xangai, Berlim ou em São Paulo. O que nos difere é que o nosso tempo de ir e vir é bem menor, nossos letreiros luminosos ofuscam menos nossos olhos cansados e a quantidade de pessoas é proporcional ao PIB de nossas cidades. 
Não somos alienados, sabemos muito bem que a diferença é grande. Mas isso não significa que a inteligência não reina em nossas cabeças. Para qualquer um que venha negociar ou discutir conosco, preparem-se, porque vocês podem se surpreender. E venham com conteúdo porque vocês vão precisar de muito para nos convencer de alguma coisa.
Perdemos em oportunidades e possibilidades, mas ganhamos em qualidade de vida. Ganhamos um pouco mais de tempo com as pessoas que amamos, ganhamos um pouco mais de endorfina e alguns créditos de anos na conta da vida de cada um. Perdemos quando concorremos com os metropolitanos por estarem eles no centro do furacão, mas ganhamos quando se avalia a coragem de competir com o adversário cada vez mais difícil. Afinal, passamos a vida inteira tirando leite de pedra.
Lutamos para sermos reconhecidos, lutamos para cumprirmos nossos compromissos, para entregar nossas metas e para vencermos o desafio de crescer sem perder a nossa identidade. Lutamos para que nossas cidades cresçam e se desenvolvam, mas também lutamos para que nossa cultura, nossa história e nossos valores sejam preservados. 
Não queremos nos comparar a ninguém, mas não podemos aceitar que nos diminuam pelo nosso jeito simples de ser ou o nosso sotaque interiorano.
Pode ser que no fim do dia, quem vive na cidade grande tenha as mais diferentes e desafiadoras possibilidades e eu tenha apenas o cheiro doce do manacá e meu velho e bom computador, que, diga-se de passagem, me leva aos mesmos lugares que o seu.


Leila Rodrigues

Texto publicado no Jornal Agora Divinópolis em 29/01/2013

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Incomum





As marcas de uma vida juntos são tão presentes quanto a decoração.
Tudo é tão comum que, por um momento, achei que fôssemos parte da mobília.
O velho quarto, a velha cama e os mesmos lençóis de sempre. 
Era para ser tudo tão igual, tão normal. 
Mas algo diferente e inusitado se fez presente entre o seu olhar e o meu sentir. Entre o meu calor e o seu toque. Entre a minha vontade e o seu desejo.
... E uma noite inesquecível aconteceu ontem mesmo.

Leila Rodrigues
Imagens da Internet

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Dentro de mim, dentro de nós




Olá pessoal,

Sem muitas delongas,  Dentro de mim, dentro de nós.
A luta secreta que todos nós travamos quando temos que nos separar de alguém querido. Um amor, um filho, um amigo, a família, um parceiro ou qualquer pessoa que se queira muito. O que acontece dentro de mim, acontece dentro de todos nós.  
Abraços a todos
 Boa leitura!

Leila Rodrigues



 Dentro de mim, dentro de nós



É sempre assim. Parece medo, parece dor, parece frio e parece calor. Mas não é nada disso! São apenas meus sentimentos brigando dentro de mim, disputando quem me derruba primeiro.

Talvez amanhã tudo isso que eu estou sentindo agora me sirva para alguma coisa. Mas neste momento eu só consigo perceber meu estômago doer e essa adrenalina mórbida subir pelo meu esôfago e não conseguir sair pela boca. 

Se era para machucar, porque não me feriu de vez? E tudo teria virado apenas lembrança no porta-retratos do seu quarto. Se era para acabar, porque foi mesmo que começamos um dia? Certamente foi aquele péssimo hábito de achar que é eterno tudo aquilo que não vem com data de vencimento. Culpa das nossas conclusões tão precoces e de nossas reflexões tão tardias. 

Talvez tudo pudesse ter sido tão diferente não fosse aquele dia, aquela pessoa, aquele momento ou aquela fala. Mas dias, pessoas, momentos e falas existem para fazer tudo ficar diferente do que planejamos, do que sonhamos ou do que pensamos ser.  Como é que fomos tão ingênuos a ponto de achar que tudo seria para sempre do mesmo jeito? O mesmo jeito é só um jeito de ver as coisas no meio de um mundo repleto de jeitos. 

Talvez ali na próxima esquina tenha mesmo uma segunda chance esperando por nós.  Só não estou certa de que existirão esquinas. E sobramos com a tarefa cruel de transformar em história algo que ainda pulsa que ainda corre na veia. Talvez seja este o verdadeiro motivo da dor. Descartar as culpas, as penas e as mágoas e manter apenas a nobreza da história que ficou na página de traz. Dói. Cansa. Maltrata. E exige tudo de nós.

Deixemos a história no seu devido lugar para que possamos caminhar mais leves daqui para frente. Carreguemos nossas malas tão cheias de histórias. Carreguemos o peso inexplicável de cada um de nós. Cada um na sua ilha seguirá a sua trilha seja para onde for. 

Medo e coragem terão que caminhar juntos, amor e ódio disputarão o mesmo lugar. Ir ou ficar não encurta o caminho. A luta secreta continuará. Sentimentos que lutarão para sobreviver aos ressentimentos. Ora súbitos, ora inveterados, ora sublimes, ora mesquinhos. Que vença o mais fraco. Que prevaleça o mais puro. Ilusões, conclusões, limitações...  Percepções cegas a cavalgar no quarto escuro do meu coração sozinho. Não sou eu quem as leva, são elas que me arrastam.  Hei de ser maior que tudo isso. Hei de ser mais nobre que esta briga insana.

Leila Rodrigues
Imagem da Internet