Ontem eu vivi uma grande alegria. E tentei descrever esse momento no papel. Muito difícil! Para minha surpresa não consegui encontrar nenhuma palavra que pudesse traduzir o que eu sentia. Percebi então que as emoções funcionam em outro campo, em outra dimensão talvez. É praticamente impossível traduzir, na íntegra, uma emoção, seja esta boa ou ruim.
Nenhuma palavra é capaz de transcrever a alegria de uma mãe ao dar a luz, tamanha a emoção do momento. Como também nenhuma palavra é capaz de traduzir a dor da mãe que perde um filho. No território das emoções não existe meio termo, tudo é intenso, latente e pulsante.
Não existe meio amor, nem pouca paixão. Ou você ama ou não ama. Assim como não existe pouca raiva, nem pouco ciúme. O campo da emoção é único e cada um vai vivê-lo à sua maneira. Cada um vai sentir e consequentemente agir e reagir do seu jeito. Nenhuma emoção é igual à outra, nenhuma se explica, nenhuma se pode copiar. Você pode ficar compadecido da minha emoção mas jamais conhecerá a intensidade dela.
Guiado pelas emoções perdemos completamente o sentido. Perdemos a linha, perdemos o trem, perdemos a noção do perigo. Contudo, quem nunca se deixou guiar por elas, as emoções, não sabe o prazer que esta adrenalina traz. Sem emoção sem perigo, sem frio na barriga, sem borboletas no estômago, sem história para contar, sem risco.
Se emocionar é correr o risco. Viver é correr o risco. Correr o risco de errar, correr o risco de sofrer, correr o risco de perder, correr o risco de se estrepar.
Para não correr o risco de sofrer, as pessoas evitam amar. Para não correr o risco de perder, outras evitam investir. E assim seguem sem sequer começar, sem se emocionar.
A gente corre todos os riscos quando decide experimentar. E nada substitui a experiência. Provar a vida é muito mais que sentir o gosto das nossas atitudes. É dar sentido à nossa existência e consequentemente nutrir as nossas emoções.
E se tem emoção, tem choro, tem riso, tem adrenalina, tem pulso, tem suor, tem reviravolta dentro de nós!
É preciso correr o risco de ser nós mesmos, são poucos os que têm essa coragem! É preciso deixar a emoção fluir e correr o risco de chorar ou sorrir. E se o papel não couber seus sentimentos, use-o para secar as lágrimas da sua alegria. Não há nada melhor do que um choro de felicidade!
Leila Rodrigues
Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem da Internet
Olá pessoal,
Não sei funcionar no meio termo, na zona morna da vida. Sou das “intensas”. Choro de alegria, choro de tristeza e choro bastante de emoção. Choro um choro bom e isso me faz muito bem! Nada contra quem consegue segurar a onda, eu não consigo.
E sobre correr o risco, quem escolhe correr o risco prova o doce e o amargo das consequências. Eu já provei dos dois e sigo querendo conhecer os sabores.
O voo de parapente até agora foi o meu risco favorito. Valeu cada minuto de adrenalina!
Grande abraço
Leila Rodrigues