Fim de ano, fim de namoro, fim de faculdade, fim de novela, fim de um emprego, fim de ciclo... fim! Não precisa ser, necessariamente, o fim!
Temos uma tendência ruim de achar que todo fim, é o fim. Como se tudo fosse estático e definitivo.
Partindo do princípio de que, só depois do fim é possível fazer um começo, o fim é o melhor que nos pode acontecer.
Então, seja lá o que for que estejamos finalizando em nossas vidas; aproveitemos os fins para renovar nossas energias e nos propormos um bom começo.
Que consigamos o discernir o que precisa de um fim daquilo que precisa de um recomeço. E que saibamos virar as páginas necessárias em nossas vidas. Que não nos falte coragem para tomarmos a dolorosa iniciativa do fim. E que tenhamos dignidade na hora de lidar com os “fins” que recebemos.
Que o fim de uma relação nos prepare para chegar na próxima mais amadurecido, mais seguro de nós mesmos e menos tendenciosos a colocar a nossa felicidade como responsabilidade do outro.
Que o fim de um emprego nos permita rever nossas atitudes e contribuir efetivamente mais com os objetivos de quem nos contratar no próximo.
Que o fim de uma jornada, seja esta de estudo, de trabalho, de relacionamento ou de qualquer outra coisa, não seja de mágoa, mas sim o capítulo final de uma história que tenha valido a pena. E que, virar a página seja leve para nós e para quem caminhou do nosso lado até aqui.
Que o fim do ano nos proponha pensar em tudo que fizemos “demais” e nos liberte para um ano “de menos”. Menos peso, menos angústia, menos consumo, menos tristeza, menos cansaço e sobretudo mais leveza.
Que o fim das nossas forças seja só para uma noite de sono. E assim possamos acordar no dia seguinte renovados para a próxima batalha ou quem sabe para os recomeços,
Que o fim do dia seja para respirar fundo e contemplar o pôr do sol. Afinal, ele é sempre o anúncio de que as estrelas vêm aí.
Então deixe findar aquela dor, aquela lágrima ou quem sabe aquele amor. Deixe findar o que precisa de um fim.
Deixe findar o que já está acabado. Dê um fim digno às suas fases. Entregue-as à sua história e siga leve para a sua próxima etapa. Liberte-se! Nada como começar qualquer coisa de copo vazio.
Leila Rodrigues
Publicado na Revista Xeque Mate, no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem: Ellen Lima, uma amiga fotógrafa muito querida
Olá pessoal,
Na minha concepção, não há como propor um começo, se não fizermos antes os devidos fins. Quer queira, quer não, finda-se um ciclo, entregamos 2018 à história. Um ano delicado e cheio de reviravoltas para o nosso amado e idolatrado país, um ano que certamente entrará para a história. A minha, a sua, a nossa!
Vem aí páginas em branco. Que saibamos, mais que escrevê-las, vivê-las!
Feliz ano novo! Feliz ciclo novo! Que alguma coisa seja nova de verdade para você! E que seja muito bom!
Grande abraço
Leila Rodrigues