sábado, 27 de janeiro de 2018

Mãe nota 7



Mãe nota 7

Não sou de ter inveja de ninguém. Mas confesso que já tive inveja das mães nota 10. Hoje, depois de muita terapia, aceito em paz a minha nota 7 como mãe e reconheço que a maternidade é um exercício diário, o qual vamos lapidando a cada dia. 
Eu não deixei de trabalhar para cuidar dos meus filhos. Admiro quem o fez mas essa não foi a minha escolha. Divido com eles o tempo entre o trabalho, as viagens a trabalho, meus estudos e os cuidados de qualquer mãe.
Muitas vezes viajei em prantos porque um deles tinha febre. Faltei de algumas reuniões de pais na escola e não estava presente quando meu pequenino, naquela ocasião com 2 aninhos, quebrou o braço. 
Por mais que eu tenha ensinado, meus filhos não gostam muito de legumes, eles também tomam refrigerante e não dispensam uma batata frita por nada nesse mundo.
É, eu não sou uma mãe nota 10! Não consegui convencê-los a gostar das mesmas coisas que eu. Um não gosta de estudar, eu até hoje amo estudar. O gosto musical deles é muito diferente do meu e o lado atleta deles definitivamente não veio de mim. Por um lado me entristeço. Às vezes parece que eu só servi de frete para trazer uma criança ao mundo. Por outro lado me conforta saber que meus filhos têm opinião própria e defendem suas escolhas. 
Confesso que muito raramente vejo as gavetas dos meus filhos e que também não faço aquela comidinha preferida deles todo dia, como a minha mãe fazia para mim. Cozinho para eles com prazer sempre que posso, mas esse “sempre” depende de outros fatores que não cabe mencionar aqui. 
Divido conscientemente a maternidade com o pai deles e isso não me faz uma mãe pior. Às vezes o pai leva ao médico, o pai faz a matrícula e eles (os três) preparam o jantar. É assim a vida de uma família que decidiu viver do jeito que dá para viver. 
Eu os carrego comigo onde quer que eu vá; nas minhas orações, no meu coração e em cada coisa que eu vejo que me remete a um deles quando estou longe de casa. Esse é o meu jeito de viver e sentir o meu amor por eles. 
Eu os criei com a realidade da minha vida. E procuro passar para eles os valores que eu carrego comigo como a grande herança dos meus pais, honestidade, ética e respeito. Nunca cobrei deles uma nota 10 e partindo deste princípio, eu compreendi a minha nota 7, certa de que, a nota 10 é uma construção; um aprendizado do qual nunca estaremos perfeitos de fato.

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos
Imagem da internet

Olá pessoal,

Sempre me cobrei muito em tudo que faço. E esta nota 7, a qual me referi no artigo de hoje, realmente foi algo muito difícil para mim. Até poder falar neste assunto com tranquilidade eu me sofri muito e me senti culpada muitas vezes. Tenho certeza de que toda mãe sabe do que eu estou falando. 
Nunca seremos mães perfeitas! Que ótimo! Nossos filhos também não serão filhos perfeitos.
Sigamos pois, do nosso jeito. E certamente encontraremos uma forma de sermos felizes em meio às nossas imperfeições.

Deixo aqui um abraço para todas as mães que, como eu, lutam para ter uma boa nota, mesmo sabendo que a nota não é o mais importante nisso tudo!

Grande abraço

Leila Rodrigues

sábado, 20 de janeiro de 2018

Não te demores


Correr é parte do nossa rotina. Todos nós corremos! Corremos para não chegar atrasado na reunião, corremos para pegar o banco aberto, para pegar aquela vaga estratégica, para bater a meta, para colocar a comida na mesa, para atender todos os clientes e todas as nossas necessidades insanas.
Corremos para o que queremos e corremos do que não queremos. Enfim, é uma correria só!
Acho perfeita a frase de Eleonora Duse, “onde não puderes amar, não te demores”. Fazemos isso sem perceber o tempo todo. Corremos de tudo que não nos interessa ou não nos atrai. Corremos do vendedor de seguro, corremos daquela pessoa que é lenta para contar um caso, corremos da tia que quer contar como foi a viagem, corremos das reuniões cansativas, corremos descaradamente do trabalho chato.
Mas a gente não corre o tempo todo. Há momentos em que não aceleramos. Há situações em que deixamos o tempo acontecer como tem que ser.
E então eu pergunto, onde mesmo nós demoramos? Em quê ou em quem temos tempo?
Eu demoro em gente que é inteligente sem ser soberana. Demoro em quem me recebe com um sorriso. Demoro com meu pai e minha mãe, não me canso de olhar para eles e ver tanta sabedoria! Demoro com o que é ingênuo, genuíno, sem segundas ou terceiras intenções.
Demoro com um bom livro, com um café coado na hora, com uma amiga querida ou com o moço do açougue que me ensinou como fazer cupim.
Eu ainda tenho  muito que aprender sobre demorar e correr. Gostaria de demorar ainda mais com meus filhos, com meus pais, com meu cachorro e com as minhas plantas. Por enquanto, ainda estou muito ocupada correndo atrás da meta, correndo para dar conta de tudo, correndo para que tudo fique no seu devido lugar.
Transito entre correr e demorar. Um dia aprendo a dividir o tempo de um jeito que não precise mais correr tanto para conseguir demorar um pouquinho mais naquilo que me faz feliz.
Gosto de demorar com quem não faz julgamento, com quem tem ouvidos entre uma respiração e outra. Geralmente demoro com quem está me vendo de verdade; com quem me enxerga além do meu sobrenome, da minha função, do meu CPF ou das minhas vestes. Demoro com quem não sabe nada de mim e ainda assim me dá atenção. Essas pessoas me agregam e me fazem uma pessoa melhor.
Ademais eu corro. Corro porque o tempo é curto para dividir com o que não nos tira do lugar.

Leila Rodrigues


Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos
Foto: eu e minha amiga Simone Fernandes, uma pessoa que eu “demoro” com prazer


Olá pessoal,

Com o objetivo de facilitar para os leitores, a partir de hoje as postagens do blog também estarão nas minhas redes sociais.
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O blog continua em respeito àqueles que não usam redes sociais e preferem acessar por aqui. Peço desculpas pela demora nas postagens, tivemos problemas com o aplicativo. 
Obrigada pelo seu tempo aqui no Palavras. Foi com a sua visita que chegamos a 200.000 visitantes. Volte sempre que quiser. Se gostou, ajude-nos a divulgar.


Grande abraço e boa leitura.


Leila Rodrigues

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Bem-vindo à realidade!


Bem-vindo à realidade

E daí que você não ganhou na Mega-Sena da virada? Você também não acordou em 02 de janeiro mais magro, mais inteligente ou menos endividado! O dia começou como outro qualquer.  E aí você fica em dúvida se é realmente um novo momento ou se continua tudo a mesma coisa? Você não é o primeiro, nem será o último a duvidar. Acontece com todos nós mortais! Na verdade, você apenas acordou um pouco mais determinado a fazer aquelas coisas que você prometeu na noite de réveillon. Só um pouco. Nada de esplêndido nisso. 
Se parar para pensar, você também não teve nenhuma ideia fantástica que tenha entrado para a história, nem inventou um produto revolucionário para o mercado e muito menos criou uma frase de efeito que tenha virado um meme. É! Dá para concluir que você não nasceu para a fama! Nem você, nem 99,9% da população. Fica triste não! 
E quem foi que disse que é preciso ser famoso, rico ou importante para ser feliz? Mesmo porquê, nós sabemos, eu e você, que nenhum desses subterfúgios são, de fato, sinônimos isolados de felicidade. 
A pessoa que nasceu para ser feliz não precisa de nada disso! Ela é feliz e pronto! Quem veio a este mundo para ser feliz, é feliz pegando o ônibus lotado toda manhã, é feliz morando no Sertão da Paraíba,  no subúrbio de Pequim ou na Vila Constantina. Isso é tão fantástico que causa um estranhamento nos demais. O sujeito é feliz ganhando pouco, com pouca saúde, sozinho, pagando boleto, varrendo rua ou entregando panfleto. E nada nem ninguém tira isso dessas pessoas. 
Porque infeliz mesmo é aquele que coloca alguma condição para ser feliz. Quando eu comprar minha casa eu serei feliz, quando eu for promovido eu serei feliz, quando meu time for campeão... Mentira! Esses pobres de espírito não serão felizes nunca! Tão logo uma pessoa dessa compre a casa ou seja promovido, ela vai inventar outro subterfúgio para ancorar a infelicidade dela! E esta, de verdade, é uma pessoa pobre! Um coitado no verdadeiro sentido da palavra!
Chame de desafio, de problema, de obstáculo, do que você quiser os entraves do seu caminho. Só não os use como desculpa para a sua infelicidade crônica. Certas doenças não têm cura, têm justificativa. 
E agora trate de correr atrás do que vale a pena para você, porque foi para isso que você veio ao mundo! 
Já é 2018. Bem-vindo à realidade! 

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora e no JC Arcos

Olá pessoal

Muita gente começa o ano de férias. Neste momento nossas praias estão lotadas de gente! Que ótimo! O descanso e a diversão são essenciais para a vida. Mas, para aqueles que como eu o ano começou no dia 02, aqui estamos nós, trabalhando, colocando em prática o que foi planejado. 
Sonhar é bom, mas viver é muito melhor!!! 
Bem-vindo à realidade!!

Grande abraço



Leila Rodrigues