quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Andemos pois



Eu juro que tentei mas não consegui dar conta de tudo neste Natal. Foram tantas mensagens, tantos vídeos e textos que eu quase tive uma overdose “natalística". Confesso, não consegui ler com a merecida calma todos os textos assim como não consegui desejar aquele Feliz Natal que eu gostaria a todos os meus amigos. Chego à conclusão de que eu não sei viver tecnologicamente ainda. Essa coisa de ter que estar em tudo, lembrar de tudo, curtir e compartilhar tudo dá muito trabalho. Não sei curtir sem ler de verdade, não sei ser rasa a tal ponto. Sei que a intenção de todos foi ótima e que todas as mensagens tinham uma lição interessante. Agradeço de coração todas as manifestações mas eu precisava de um limite. Então desejei do fundo do meu coração boas e felizes festas a todos que estavam perto e que estavam longe, porém  optei por curtir quem estava do meu lado ou na mesma casa que eu e compartilhar com eles a minha alegria. Optei por mais presenças que presentes, por vozes, risos e abraços. 
Vem aí o segundo round desta festa. Hora de fechar um ciclo e automaticamente iniciar outro. Difícil não é?! Principalmente porque estamos falando de pessoas que não dispõe da tecla limpar/recomeçar implantada na cabeça. O nosso botão liga/desliga quebrou no momento que conectou com nossas emoções. Dispomos sim dos antepassados que formam nossas raízes. Dispomos de memórias, histórias e sentimentos que formam quem somos hoje. 
Daqui a pouco muda o calendário e nós, naturalmente renovamos nossos propósitos, traçamos nossas metas e refazemos nossas listas de intenções. Isso não significa que zeramos nossas contas nem que apagamos nossa história até aqui.  Também não estamos falando de uma versão nova de nós mesmos a partir do dia primeiro como se fossemos um celular que chegou com melhorias programadas para vencer a concorrência. Não somos tão desumanos assim. Vivenciar o novo ciclo é apenas o nosso jeito humano de aproveitar a matemática do calendário  para dar a nós mesmos um sentido de recomeço. Recomeçar é preciso. Andemos pois. Afinal, enquanto estivermos por aqui é porque ainda há estrada a caminhar


Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis
Imagem da internet


Olá pessoal

Último post do ano. Hora de trocar o calendário, de mudar o número no talão de cheque, nas contas do mês, na lista de prioridades. Olhando assim tudo tão matemático! Tão previsível; não fosse o fato de sermos pessoas e como tal em constante busca da evolução. Cada um a seu modo, com o arsenal que tem busca ser feliz e evoluir. Sendo assim, usufruir da mudança dos números para renovar alguma coisa em nós é sempre uma ajuda a mais. 
Sem promessas absurdas, sem expectativas milagrosas eu desejo que você receba 2017 com todas as boas energias do universo, disposição  saúde. 
Esteja em paz, seja sobretudo uma boa companhia para você mesmo porque a partir daí, amar e respeitar o próximo será mera consequência. 

Muito obrigada pela visita aqui no Palavras, pelos minutos do seu tempo precioso que você investiu aqui. 

Um grande e caloroso abraço e um 2017 pleno 



Leila Rodrigues

sábado, 17 de dezembro de 2016

O melhor presente


E então chegou dezembro. E eu, como todo brasileiro quando recebe o 13o salário, fui às compras com a minha velha e boa lista de presentes. 
Depois de andar muito, entrar e sair de quase todos os estabelecimentos e rodar duas vezes o mesmo quarteirão, sentei-me em um daqueles bancos que certos abençoados colocam na frente das lojas e desabafei. Desisto! Não consigo encontrar o presente certo para tal pessoa. Meu filho, um excelente companheiro de compras que estava comigo, abraçou-me e sem perceber a grandeza da sua fala me disse sorrindo: "Relaxa mãe, o melhor presente é o que você quer dar, não o que a pessoa precisa.”
Sábias palavras meu filho! Estou até agora pensando nisso e revendo meus conceitos a respeito do verbo presentear. Adoro dar presentes e sempre gasto tempo e energia indo atrás de coisas que, no meu pensamento, vão deixar a outra pessoa feliz. E procuro aqui e ali, rodo ruas, procuro na internet, penso que não vai dar tempo de chegar, se vai servir, se a pessoa vai querer trocar... Enfim, um desgaste.
E sempre fica a velha dúvida, será que a pessoa vai gostar? Será que vai ser útil?
Presente bom é presente embrulhado com carinho e afeto. Quer presente melhor do que os presentinhos de avó? Geralmente são pequenas lembranças entregues com uma dose generosa de amor por aquelas mãozinhas mágicas das avós. Pode ser um sabonete, uma nota de 10 ou uma toalhinha com seu nome bordado. Vindo delas é sempre bem-vindo! 
Um cartão feito pelo filho, uma rosa deixada na janela, aquele CD gravado em casa com as músicas escolhidas a dedo, um vaso de manjericão plantado para você, um bolo fumegante de banana com canela. Tem coisa melhor que isso? Presente não vem com o preço mas claramente vem com valores. Não se compara uma jóia com um bolo, mas se compara o cuidado e atenção em fazer algo para o outro que vá provocar um sorriso, um conforto, um momento de alegria. 
Presentes não substituem a ausência, nem reparam danos do passado. Presentes não lavam a roupa suja das convivências distorcidas e não competem a atenção alheia. Presentes são apenas sentimentos empacotados com papel diferente e laços de fita. Seja na hora de dar ou de receber, que consigamos enxergar muito além dos embrulhos e dos pacotes coloridos, a verdadeira essência do presentear. Sejamos nós um pouco mais de presença para aqueles que amamos e qualquer pacote será mera formalidade. 

Leila Rodrigues

Fotos do meu a cervo pessoal: Eu e Vinícius Costa, um dos melhores presentes que eu já ganhei nesta vida e abaixo eu com meu último maravilhoso presente de Natal, olha a minha cara de felicidade!!!!

Olá pessoal,

Não tem jeito, quem gosta de presentear gosta mesmo! E eu sou uma dessas pessoas. Ver o sorriso da outra pessoa ao receber um “agrado” é algo ímpar. Confesso que já fiz loucuras para chegar ao presente que eu queria, também já errei feio e já exagerei na dose e me de mal depois. Faz parte! Tudo experiência e aprendizado. 
Fortalecendo ainda mais a minha crença de que nos comunicamos em outras dimensões, logo depois que eu escrevi este texto, ganhei de presente uma bandeja de vazinhos plantados com as minhas ervas prediletas. Olha a minha cara de felicidade!!!! Presente assim não tem comparação, é tiro certeiro no coração da gente! Gostei demais! Fatima (que me presenteou), todos os beijos para você. Muito obrigada.
Antes do Natal eu ainda volto com outra crônica. Então até lá, boas compras e ótimas escolhas!

Grande abraço

Leila Rodrigues







domingo, 4 de dezembro de 2016

Mais e menos



Eu já fui uma pessoa mais decidida; daquelas que arriscavam sem pensar e na manhã seguinte esperava as consequências de peito aberto pronta para a briga. Hoje penso mais antes de alguma decisão e não sinto vontade de brigar com as consequências como se a vida fosse um ring.  Procuro decidir pela coerência e espero o dia seguinte com o coração mais tranquilo. 
Eu já fui uma pessoa mais animada; daquelas que virava a noite na festa e que dançava como se a música fosse acabar. Foi um tempo ótimo, do qual eu tenho lembranças maravilhosas. Mas hoje prefiro os encontros onde eu conheço as pessoas. Assim eu posso dançar, cantar, sorrir e saborear os sorrisos alheios porque eles são para mim também. A reciprocidade ficou mais importante que a quantidade de pessoas. 
Eu já fui uma pessoa mais vaidosa, daquelas que investia alto em uma produção. Mas isso foi no tempo em que eu tinha uma preocupação grande em agradar, não era natural. Hoje me cuido porque me amo, não para conseguir uma nota boa de quem passa por mim. Hoje cuidar de mim tem a ver com saúde, bem estar, qualidade de vida. O que o outro pensa disso não me afeta mais. 
Ah eu também já fui uma pessoa mais disposta; daquelas que matavam o mamute, alimentava o leão e ainda corria para cuidar  dos filhotes. E sei que o fiz porque era necessário. Mas o tempo traz limites e hoje a minha linha de chegada não é a mesma dos outros. Aprendi ler e respeitar os meus próprios sinais. 
O tempo é o senhor do mais ou menos. Nos transforma em mais ou menos alguma coisa. Menos exigente, mais cauteloso, menos apressado, mais coerente. Mais humano, menos resistente. Mais maduros  e menos vaidosos. O tempo nos faz gostar de poesia, de por-do-sol, de sábado à tarde. Coisas que você não observa quando está ocupado demais em subir suas escadas. 
Ânimo, vaidade e disposição não morreram em mim. Eu continuo uma pessoa animada, disposta e decidida. Mudei minhas expectativas, mudei meu olhar e hoje exijo que as minhas atitudes respeitem meus valores. Se preciso for decido em segundos; se a festa for muito boa fico até amanhecer e se for para defender meus propósitos eu mato o leão e a família inteira dele. Desde que isto tenha sido uma decisão minha, fruto de uma conversa boa entre eu e eu mesma. Eu decido em que vou ser mais ou menos. Eu conduzo as minhas rédeas e viver ficou bem melhor assim. 


Leila Rodrigues


Olá pessoal,

Um dia mais disposto outro menos animado, um dia mais forte outro menos exigente. Assim vamos vivendo, equilibrando nossos mais e menos. Que tenhamos mais saúde, mais discernimento e sabedoria para fazer nossas escolhas e cada vez menos arrogância e apego.

Boa semana! Grande abraço

Leila Rodrigues