domingo, 15 de outubro de 2017

Ao mestre



Eu tinha pressa. A ideia era assistir à apresentação do meu filho e sair. Não por não me interessar pelas outras apresentações, mas porque eu realmente tinha compromisso. E nada do evento começar. Só chegava gente! Turmas e mais turmas de alunos, vindos de várias escolas lotavam o ginásio. Lembrei de mim. Lembrei dos meus treze anos e do quanto nesta idade as "turmas" são importantes. Eles cantavam, dançavam e em uma manobra dificílima conseguiam colocar 20, 30 pessoas em uma só foto. A selfie era motivo de farra! 
Eu acompanhava quieta do meu canto. Gosto disso! Gosto de ver as pessoas vivendo os bons momentos como se tivessem saboreando uma deliciosa fruta. A Banda da Polícia Militar fez bonito. Tocou para eles, musicas deles. E a meninada foi ao delírio. Lindo de se ver! 
Meu filho era apenas um no meio de centenas de crianças que se formavam no PROERD, Programa Educacional de Resistência às Drogas. Um projeto que ensinou muito mais do que se pode imaginar. Um projeto que educa de verdade crianças e famílias. Que prepara nossos filhos para dizerem não. Que mostra como as escolhas erradas podem mudar para sempre nossos destinos.
O evento seguia bonito e cada escola se apresentava para os demais. Não dava para sair. Fui tomada pela energia dos estudantes e fiquei um pouco mais.
Quando realmente não pude mais ficar, me preparei para atravessar a multidão de gente. No meio da quadra uma professora sambava abraçada aos seus alunos. E quando um aluno pensava em ter vergonha de estar ali, ele olhava para ela que ditava os passos e ao mesmo tempo sorria para eles e seguia a dança. E diante daquela multidão de gente, aquela mulher vibrava por eles a cada passo a cada segundo de conquista. 
Lembrei da minha professora segurando a minha mão quando eu tinha vergonha de me apresentar. Lembrei de mim dando aula na escola da Vila Boa Vista e dançando junto com os meus alunos. Lembrei dos meus mestres e do quanto foram importantes para mim. Não consegui conter as lágrimas. Chorei. Ser mestre é isto! É devolver a auto-estima estraçalhada pelas circunstâncias. É estar ali do lado, presente, firme, não importa a plateia, não importa o resto. 
Essas palavras são para vocês, mestres brasileiros, que doam suas vidas na função de educar. Para vocês que muito além de ensinar, estimulam nas pessoas o gosto pela vida. Neste país que ainda não aprendeu a valorizar seus mestres, deixo aqui a minha reverência, o meu respeito, a minha eterna gratidão e todo o meu amor por vocês! 

Leila Rodrigues

Imagem do filme Sociedade dos Poetas Mortos


Olá pessoal,

Talvez eu seja uma pessoa fora do padrão, mas sempre fui e continuo a ser uma pessoa apaixonada pela escola, adoro estudar, adoro estar em uma sala de aula, seja como aluna, seja como professora. Magistério é a minha primeira formação e a minha base para tudo que faço. jamais esquecerei das aulas de didática da querida Dona Sonia que me ensinou muito mais que a apostila propunha. 
Também não poderia deixar de falar das minhas primeiras professoras do Grupo Abílio Neves em Campo Belo. O primário é tão importante em nossas vidas que essas professoras se tornam parte de nossas vidas. Dona Benedita e Dona Neusa, vocês são inesquecíveis para mim!
A todos vocês meus colegas de formação e profissionais do ensino, um grande abraço. Que este país um dia aprenda a valorizá-los como merecem!
Grande abraço


Leila Rodrigues

2 comentários:

  1. Adorei o texto e uma bela homenagem.Também penso e desejo dias melhores aos nossos professores.Que tenham o carinho e respeito tão merecidos! bjs, chica

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  2. Sou professora. Tenho um (uma) ídolo dentre meus professores.Pelo menos um! foi minha professora de terceiro e quarto anos do Fundamental. Seu nome_ Maria Fernandes Ribeiro. Foi um farol em meu caminho!

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