"Que o livro
nos provoque o silêncio, a reflexão, o pensamento. Atitudes raras nestes tempos
de pressa." Foi esse o recado que Adélia Prado nos deu na abertura da FLID
- Festa Literária de Divinópolis nesta sexta-feira. Um recado tão simples e tão
igualmente rico, como tudo que vem da autora. É tão natural e espontâneo o que
ela fala que é impossível não se contagiar com a sua verdade.
E verdade é o único
requisito que se exige do autor. Que seja louco, que seja filosófico, que seja
poético, lírico ou esquerdista, mas que sobretudo seja verdadeiro. Essa foi a
premissa que Adélia Prado deixou para os novos autores que atentamente ouviram
suas palavras. Precisa mais? Talvez precise sim, mais coragem para escolhermos
nossas verdades em detrimento do sucesso. Mas essa é uma reflexão que cada um
vai fazer por si.
Voltamos para as
nossas vidas, nossas casas, nosso mundinho comum, carregados dessa verdade de
Adélia. Carregados dos nossos autores, todos tão abertos, tão dispostos a nos
mostrar que eles são exatamente eles e que seus livros são como filhos queridos
doados ao mundo. Foi assim que aconteceu a nossa primeira FLID. E teve Oswaldo
André, Juvenal Bernardes e Vânia Ordones, Fábio Sombra e João Marcos, Denise
Coimbra e Junia Paixão, Marlene Gandra, Celly Borges dentre outros. Como foi bom
conhecê-los e descobrir que nossos "heróis" são pessoas comuns que
trabalham, que tem filhos, que acordam cedo como todos nós.
Teve também “Meninas
de Sinhá”, lindas, maravilhosas, mulheres de verdade, mulheres de dias comuns
que resolveram trocar a sacolinha de remédios por um grito de vida. E decidiram
cantar! E esse ecoou longe e levou as meninas para a rua. E hoje elas cantam,
dançam e encantam por onde passam. Exalam frescor. Não o frescor dos dezessete
anos que ficaram para traz, mas o frescor de quem não se acovarda da vida e vai
até onde a vida existir. Com elas eu cantei, dancei e rejuvenesci. Rejuvenesci
em mim a minha vontade de continuar.
Foi com esse jeito
mineirinho de ser que começamos um legado. Autores, histórias, cantações e
contações. A cultura de nossa cidade viva e latente. Ainda temos mais, mais
autores, mais histórias, mais apresentações. Que certamente virão por aí no
tempo certo. Muito mais importante que o que aconteceu neste fim de semana deve
ser a continuidade deste trabalho nas escolas com nossas crianças, em casa, a
cada iniciativa nossa de incentivar uma pessoa a ler.
Leila Rodrigues
Não foi possível
mencionar no texto todos os autores que passaram pela FLID porque foram muitos.
A todos vocês, autores, renomados e iniciantes o meu respeito e a minha
admiração.
Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 02/09/2014
Imagem do grupo Meninas de Sinhá retirada da internet
Que rica experiência cultural e de vida, Leila! Momentos que se gravam para sempre em nossa memória! Obrigada pela partilha!
ResponderExcluirAbraço.
Que momento maravilhoso. Suas palavras me levaram a imaginar, a sentir e emocionar. Legal saber que em Divinópolis tem FLID.
ResponderExcluirBeijinhos
http://marlicarmenescritora.blogspot.com/
Adélia, as Sinhás, aprendizados, palavras, frases, energias tudo por mim imaginado e admirado.
ResponderExcluirSementinhas, brotos, flores, frutos p vc e p quem participou.
Boms dia p vc, boas vivências, leituras e obrigada por sua visita recheada de simpatia :)
Bjos!
Que pena não ter assistido!
ResponderExcluirÉ uma grande verdade e a melhor realidade que os candidatos devem reter e seguir.
A verdade e os sentimentos que nos orientam são a grande verdade.
Um abraço
Seu texto descreve as palavras guardadas em meu coração.
ResponderExcluirÉ isso aí... que tenhamos força e coragem suficientes para deixar sair essa luz suprema que trazemos conosco!!
Mariana Bernardes