terça-feira, 2 de setembro de 2014

O Primeiro de todos






 


 "Que o livro nos provoque o silêncio, a reflexão, o pensamento. Atitudes raras nestes tempos de pressa." Foi esse o recado que Adélia Prado nos deu na abertura da FLID - Festa Literária de Divinópolis nesta sexta-feira. Um recado tão simples e tão igualmente rico, como tudo que vem da autora. É tão natural e espontâneo o que ela fala que é impossível não se contagiar com a sua verdade.
E verdade é o único requisito que se exige do autor. Que seja louco, que seja filosófico, que seja poético, lírico ou esquerdista, mas que sobretudo seja verdadeiro. Essa foi a premissa que Adélia Prado deixou para os novos autores que atentamente ouviram suas palavras. Precisa mais? Talvez precise sim, mais coragem para escolhermos nossas verdades em detrimento do sucesso. Mas essa é uma reflexão que cada um vai fazer por si.
Voltamos para as nossas vidas, nossas casas, nosso mundinho comum, carregados dessa verdade de Adélia. Carregados dos nossos autores, todos tão abertos, tão dispostos a nos mostrar que eles são exatamente eles e que seus livros são como filhos queridos doados ao mundo. Foi assim que aconteceu a nossa primeira FLID. E teve Oswaldo André, Juvenal Bernardes e Vânia Ordones, Fábio Sombra e João Marcos, Denise Coimbra e Junia Paixão, Marlene Gandra, Celly Borges dentre outros. Como foi bom conhecê-los e descobrir que nossos "heróis" são pessoas comuns que trabalham, que tem filhos, que acordam cedo como todos nós.
Teve também “Meninas de Sinhá”, lindas, maravilhosas, mulheres de verdade, mulheres de dias comuns que resolveram trocar a sacolinha de remédios por um grito de vida. E decidiram cantar! E esse ecoou longe e levou as meninas para a rua. E hoje elas cantam, dançam e encantam por onde passam. Exalam frescor. Não o frescor dos dezessete anos que ficaram para traz, mas o frescor de quem não se acovarda da vida e vai até onde a vida existir. Com elas eu cantei, dancei e rejuvenesci. Rejuvenesci em mim a minha vontade de continuar.
Foi com esse jeito mineirinho de ser que começamos um legado. Autores, histórias, cantações e contações. A cultura de nossa cidade viva e latente. Ainda temos mais, mais autores, mais histórias, mais apresentações. Que certamente virão por aí no tempo certo. Muito mais importante que o que aconteceu neste fim de semana deve ser a continuidade deste trabalho nas escolas com nossas crianças, em casa, a cada iniciativa nossa de incentivar uma pessoa a ler.


Leila Rodrigues

Não foi possível mencionar no texto todos os autores que passaram pela FLID porque foram muitos. A todos vocês, autores, renomados e iniciantes o meu respeito e a minha admiração.


Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 02/09/2014
Imagem do grupo Meninas de Sinhá retirada da internet

5 comentários:

  1. Que rica experiência cultural e de vida, Leila! Momentos que se gravam para sempre em nossa memória! Obrigada pela partilha!
    Abraço.

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  2. Que momento maravilhoso. Suas palavras me levaram a imaginar, a sentir e emocionar. Legal saber que em Divinópolis tem FLID.
    Beijinhos
    http://marlicarmenescritora.blogspot.com/

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  3. Adélia, as Sinhás, aprendizados, palavras, frases, energias tudo por mim imaginado e admirado.
    Sementinhas, brotos, flores, frutos p vc e p quem participou.
    Boms dia p vc, boas vivências, leituras e obrigada por sua visita recheada de simpatia :)
    Bjos!

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  4. Que pena não ter assistido!
    É uma grande verdade e a melhor realidade que os candidatos devem reter e seguir.
    A verdade e os sentimentos que nos orientam são a grande verdade.
    Um abraço

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  5. Seu texto descreve as palavras guardadas em meu coração.
    É isso aí... que tenhamos força e coragem suficientes para deixar sair essa luz suprema que trazemos conosco!!


    Mariana Bernardes

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Obrigada pela visita. É muito bom ter você por aqui!
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Grande abraço