Quando coloquei a cabeça naquele tapete e fitei a luz azul, foi
como se eu tivesse viajado no tempo. No silêncio profundo da sala de yoga, as
lágrimas rolavam no meu rosto sem que eu tivesse uma explicação. Deixei que
caíssem. Permiti-me chorar. Apenas senti o líquido quente escorrendo em meu
rosto. Era saudade. Saudade de mim...
Na vida fazemos escolhas e escolher é distanciar de alguma coisa em
detrimento de outras que certamente são mais importantes. E quando paramos para
pensar, não sabemos onde foram parar nossas alegrias.
Começa assim, um dia você deixa a aula de violão para fazer inglês,
porque o inglês é mais importante para a sua carreira. No outro você deixa de
nadar porque vai fazer pós-graduação. Mais adiante você para de caminhar porque
comprou seu carro e quando você percebe nunca mais você viu as flores do
caminho que te faziam tão bem.
Bate uma saudade estranha, sem identificação. Saudade de um tempo
que não sabemos mensurar. São as nossas escolhas que ficaram ao longo do caminho.
Perceber esta nostalgia não é tão simples assim. Alguns adoecem, outros se
deprimem sem saber por que e ainda tem aqueles que não adoecem, não se
deprimem, mas ficam amargos e infelizes. Nem a fama, nem todos os diplomas, nem
todas as posses conseguem resolver isso, porque este problema não está nas
coisas, está dentro de nós!
Dê uma volta na sua história e veja de quê você sente saudade?
Volte em algum momento de sua vida em que você tenha sido feliz de verdade. Se
dê de presente um resgate. Pode ser yoga, violão ou futebol de botão, a
atividade pouco importa. Experimente de novo aquele corte de cabelo que ficou tão bem ou quem sabe subir em uma
bicicleta e sentir o vento no rosto novamente?
Hoje o contexto é outro e nós somos outras e novas pessoas.
Portanto essa experiência terá um novo encanto e certamente um novo sabor.
Pode ser que você retome de verdade o velho hobby, ou pode ser apenas uma
aventura para matar a saudade. O importante aqui é dar asas à nostalgia e ser
feliz com essa escolha que é só sua.
Não precisei vestir as batas que usava na juventude, nem o cabelo
amarrado com contas como eu fazia. Hoje não sou mais aquela mesma pessoa de
outrora. Mas voltar àquela sala de yoga foi o melhor presente que eu me dei.
Sai renovada e certa de que a nostalgia não é tão difícil de resolver assim!
Leila Rodrigues
Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 20/05/2014
Imagem da Internet
Lindo e mesmo sem querer ser como era no passado, foi uma bela experiência e saudade boa! beijos,chica e tudo de bom!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso Leila!
ResponderExcluirÉ verdade, tem hora que sinto saudades de mim.
Um abraço querida amiga e parabéns pelo dia de hoje,dia do profissional das letras.
Adoro me revisitar naqueles fatos marcantes que muito significaram. esses, a gente nunca apaga...estão lá, registrados e podemos recuperá-los ao nosso bel prazer.
ResponderExcluirSeu texto é perfeito, cabe naqueles que sentem-se felizes em revisitar o passado, aproveitando o presente.
Beijos, Leila.
Excelente Leila, para reflexão mesmo, precisamos às vezes de nos descobrir novamente, senão o vazio só aumenta, adorei obrigada pelo seu carinho em minha página, beijos Luconi
ResponderExcluirOlá! Que lindo blog e maneira de expressão, aberto e de coração, parabéns!
ResponderExcluirhttp://ives-minhasideias.blogspot.com.br/
LI O TEXTO GOSTEI
ResponderExcluirPOR ISSO, COMO SEMPRE
VOLTAREI ....
UM KISSAMIGO
ARFER
Minha querida
ResponderExcluirPor vezes temos mesmo que nos reinventar e voar em liberdade.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Minha querida
ResponderExcluirPor vezes temos mesmo que nos reinventar e voar em liberdade.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Quando há renovação... tudo bem!
ResponderExcluirBeijinho para si!
Que tão lindo, Leila!
ResponderExcluirNeste momento, estou um tanto desconcentrada para tecer umas palavras como teus textos merecem, mas retorno, tá bom?
Um ótimo fim de semana, tão querida alma!
Lindo.... Perfeito.... Sabe que depois de uma depresao foi exatamente isso que vc sabiamente descreveu que eu descobri... Voltei para meu pilaes, minha aula de danca.... e minhas caminhadas de manha cedo sentindo a brisa da manha... AMEI!!!
ResponderExcluirBjss
ResponderExcluirOlá Leila,
Só de ler sua crônica já me baixou uma tremenda saudade de mim.
É verdade que à medida que vamos fazendo escolhas vamos também eliminando coisas importantes que nos faziam e fazem um bem enorme. É assim a vida, já que não podemos ter tudo.
Sinto saudades de tanta coisa...Vou já procurar fazer alguns resgates e, entre eles, a yoga. Bem lembrado-rs.
Deliciosa crônica.
Feliz semana.
Beijo.
Quando abandonamos algo por abraçar novas opções, superamos a saudade e até nos lembramos do "antes" sem melancolia. Mas quando o olhar para trás nos dá a sensação de que deixamos algo que nos faz falta, que nos permitia ser feliz, nada melhor que resgatá-lo. Bjs.
ResponderExcluirLeila,que maravilhoso texto! Precisamos sempre nos reconectar com as coisas boas que fizemos em nossas vidas e não perde-las de vista. bjs e ótima semana,
ResponderExcluirQue bela viagem no tempo, tão introspetiva.
ResponderExcluirReviver o filme der uma vida, sentir as saudades e, ao mesmo, tempo, estar tão presente.
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ResponderExcluirAchei encantador o seu texto,
mas uma pergunta não deixa de
mexer comigo;
será que o padre terá forças
para fugir aos feitiços da
moça que não crendo na igreja
tenta encantar o padre?
Só no meu blog, amiga, você
ficará sabendo.
Beijos,
silvioafonso
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Oi, Leila, tenho é saudades de uma época em que as coisas e as amizades tinham valores diferentes. Tenho saudades de uma época em que o exibicionismo não estava tão em alta; tenho saudades da lealdade e da sinceridade das pessoas; tenho saudades da época em que podíamos sair sem a preocupação de sequestros e trombadas. Tenho saudades de uma vida bem diferente dessa, que se tornou uniformizada: todos fazem a mesma coisa e querem o mesmo.
ResponderExcluirBeijos!
Leila, vivo com saudades de mim! rsrsrs Mas não faço disso uma crise existencial, muito pelo contrário, deixo-me envolver pela nostalgia que certas músicas e certas atividades me causam. Aproveito o momento e as emoções que me invadem, depois volto ao meu eu atual e sigo a vida, conforme as possibilidades presentes. Tudo muito tranquilo, sem dramas desnecessários.
ResponderExcluirAdoro te ler! Beijos.
Olá, Leila. Belissimo!! Saudades. È tão bom ter uma história bem vivida e feliz. Obrigada Leila! Agradeço o carinho da sua presença no blog. È muito bom ler vc! Um feliz fim de semana. Bjos!
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