Um dia
nos damos conta de que ainda falta muito. O status de aprendiz dura o tempo de
nossas existências. Embora tenhamos amadurecido, embora tenhamos vivência,
experiência, cabelos brancos, anos assentados nos bancos das escolas, grandes
livros na cachola e muitas horas de palestras, ainda somos alunos. Ainda somos assolados pelo medo, pela
insegurança e pela vontade imatura de não estar em alguma situação.
A vida
nos prepara para viver, mas isso não nos isenta do susto, nem tampouco do
sofrimento. Na verdade, nenhum aprendizado nos isenta de nada. Nossos anos de
história não significam nenhuma garantia e maturidade, não nos privilegia de
passarmos pelas provas da vida. Elas vão acontecer quer queiramos ou não. Elas
vão nos surpreender, vão nos assustar e vão nos transformar de alguma forma. A
dor nos transforma a ponto de nos sentirmos privilegiados pela oportunidade de
evoluir.
Passado
o susto, descobrimos nossas forças, nossas potencialidades até então guardadas
para a hora certa. Tudo tem a hora certa, até mesmo nossas reações. Só
precisamos compreendê-las.
Se tens
medo, vai com medo mesmo. Abraça-o e o chame de seu companheiro, mostre a ele
que você é a coragem. E caminhem juntos até o final.
Se tens
desânimo, estenda a sua mão para o seu próprio desânimo e levante-se! Conduza-o
como se conduz uma criança que não sabe onde ir.
Se estás
inseguro, segura-te em cada dia, fragmenta seu sofrimento e viva um dia de cada
vez. Aceite a batalha diária e considere-se vencedor ao final de cada dia.
Pequenas vitórias são pílulas para as grandes batalhas.
Se tens
mágoas, atire-as no rio. Ou então escreva-as na areia, bem perto das ondas.
Mágoas pesam, mágoas impedem nossa caminhada evolutiva.
Mas se
nada disso funcionar, se todas as receitas que a vida te apresentar forem
inúteis, não se assuste. O fato é que as saídas sempre estiveram dentro de cada
um de nós. E você vai encontrar a sua. Porque a saída é uma porta estreita e
singular. É o jeito que cada um de nós encontra para vencer.
Um vai
chorar, o outro vai reclamar, o outro vai fazer piada com a própria vida e o
outro vai silenciar. No fundo, todos estão usando as suas próprias saídas. É só
isso! E está tudo certo.
Em cada
um de nós uma história, em cada história um desafio. Para cada desafio uma
saída e em cada saída, um jeito especial e particular de vencer.
Leila Rodrigues
Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC
Arcos
Afinal, será que ainda falta muito? Será que estamos sendo únicos em nossas histórias? Esse é meu convite à reflexão dessa semana.
Leila Rodrigues
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