Sou fã da Cris Guerra. O que eu escrevi hoje é uma reflexão do que Cris apresentou no seu programa na Internet http://youtu.be/74sTsLhnk1k . O tema foi "As coisas me desorganizam", mas o que me chamou a atenção foi o que Cris disse sobre acúmulo e leveza. Aqui vai um comentário de uma fã.
Dizemos em alto e bom tom que queremos ser simples, que queremos ser leves e que queremos viver com menos. Queremos ser ecologicamente corretos, básicos e "naturais". Uma releitura do natureba de décadas passadas. Mas na prática, sítio sem Internet, namorado sem carro e quarto de hotel sem ar condicionado nem pensar! Então que simples é este que defendemos? Até onde suportamos o "natural" que pregamos?
Alguém fala que quer viajar comigo pra fazer um "mochilão" por aí, mas tem que levar a chapinha na mochila e também o óleo especial que ela passa no cabelo para tirar o frizz! Tudo na mochila de grife, claro!
Nosso mais novo feito é que conseguimos falsificar a leveza! Só não sei a quem estamos iludindo! Enquanto 120 pares de sapato descansam no closet ou 78 garrafas de vinho dormem horizontalmente na adega, insistimos em dizer que somos simples e leves!
Acumulamos nossas gavetas de coisas e mais coisas, nossas vidas de pessoas e mais pessoas e consequentemente nossa mente de pensamentos para administrar tudo isso. E o que mais assusta é que este acúmulo não é resultado de uma paixão por determinado objeto. Acumulamos porque queremos ter mais, independente da necessidade ou do uso. A impressão que tenho é que acumulamos de medo de um dia perder. Só pode ser! E quando chega o Natal saímos por aí doando nossos pertences para diminuir nossas culpas! Nem sequer percebemos que para administrar este acúmulo gastamos tempo, energia e muito mais dinheiro.
É como um círculo vicioso. Compramos para satisfazer nossos desejos. Uma vez satisfeitos, nossos "brinquedos" não nos servem mais, então precisamos de outros brinquedos. Chega um momento em que o armário não cabe mais de tanto brinquedo e você não sabe mais como brincar.
Um pouco que não é pouco, um simples que não é simples e um natural completamente sofisticado. Assim estamos nós, equivocados e confusos. E Cris conseguiu resumir perfeitamente isso em uma frase: Queremos um hippie com Wi-Fi. Simples assim!
Leila Rodrigues
Cris Guerra é publicitária e escritora www.crisguerra.com.br
Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 26/01/2016 e no JC Arcos em 30/01/2016
Imagem da Internet
Muito bom texto, viver de forma simples é a melhor coisa, mas só quando podemos escolher essa simplicidade, nunca por necessidade, é bem assim e conforto todo mundo gosta!
ResponderExcluirPoder ser simples por escolha não há nada melhor na vida!
Abraços, amei ler!
Melhor que o simples é o desapego. Ter é bom, queremos sempre novidades, mas podemos trabalhar o desapego. Quebrou? Fazer o quê. Perdeu? paciência. Arranhões o carro? Sofra pouco. Ter e não ter ao mesmo tempo, sabendo que tudo é efêmero.
ResponderExcluirBeleza e essa frase final fala muito! Adorei! bjs, chica
ResponderExcluirQue reflexão, essa.
ResponderExcluirQueremos ser simples, mas com a comodidade da tecnologia.
Adorei.
Xeros
As coisas simples por vezes são as que mais dificuldades apresentam...
ResponderExcluirBjuss,
AL
Oi, Leila! Pois é, beleza de texto, porém simplicidade não é pobreza; é menos, apenas. Mas importante é desapegar-se: tem demais? Doe um pouco, livre-se do monte que não faz falta. O que é importantíssimo é o consumismo, esse é um aleijo - compramos sem necessidade. Eu tinha muita coisa que me desfiz e acho maravilhoso viver com coisas satisfatórias, porém poucas. Dei uma limpada, é liberdade isso.
ResponderExcluirGrande beijo, querida, saudades de você!
Oi Tais, saudade tb!
ExcluirO tempo nos ensina que viver com menos é mais! Mais qualidade, mais tranquilidade, mais espaço físico e mental.
Grane abraço
Leila