Onde está a
beleza? Na perfeição das curvas? No frescor da mocidade? Ou seria na precisão
de uma produção bem feita?
A beleza pode
estar na perfeição, mas não sobreviverá a ela. O conceito de beleza é muito
relativo, principalmente para quem já passou dos 17 anos.
Naquela tarde de
inverno, eu aprendi que a maquiagem mais perfeita que uma mulher pode usar no
rosto é a autoestima. Aprendi que a verdadeira beleza transcende às formas... E
voltei para casa querendo ser igual a ela.
Sem pretensão
nenhuma ela chegou à festa. Seu olhar alegre dizia a todos o quanto ela gostava
da vida e o quanto a recíproca era verdadeira. Sem muito que explicar.
Ela não trajava
o melhor vestido, não calçava o melhor sapato e nem tinha as curvas mais
perfeitas da festa. E cá entre nós, isto para ela não fazia a menor diferença.
Misturava-se às outras sem a menor cerimonia. Não era a mais velha, nem
tampouco a mais nova. Não queria mostrar nada e nem precisava esconder
nada de ninguém.
E ainda assim
ela se destacou das demais. Marcou presença por onde passou. Deixou seu
rastro em cada roda de conversa que chegou. Não foi seu perfume que ficou no
ar, nem a marca da bolsa cara que ela não usou. Deixou em todos a vontade de
continuar um pouco mais a seu lado, de usufruir mais da sua doce
companhia.
Comeu com gosto
e bebeu com prazer. Cumprimentou com verdade e desejou com o coração a cada vez
que apertava a mão de um conhecido ou que abraçava um amigo. Não seguiu nenhuma
cartilha, não ateve-se aos clichês, apenas representou o seu mais genuíno
papel, si mesma.
Usou o melhor de
si e obteve o melhor de todos. Seus gestos, falas e sorrisos substituíram
perfeitamente quaisquer aditivos que outra mulher pudesse ter escolhido para
aquela tarde. Suas atitudes ditaram suas intenções, seus anseios e percepções
sobre o mundo à sua volta. Falou do que entendia, riu e aceitou o que não
entendia muito bem. Não ostentou nem se intimidou. Ocupou apenas o seu espaço e
por isso mesmo roubou a cena.
Não foi para ser
vista, foi para viver. E viveu cada minuto. E experimentou a delicia de estar, sem
se preocupar com a nota que a mulher ou o homem do lado lhe daria. Preocupou-se
apenas em se divertir, em ser a pessoa que sempre foi.
... E
contrariando todas as outras supostas concorrentes, aquela que nem concorria,
acabou sendo eleita por todos, a mais bela da tarde!
Leila Rodrigues
Imagem da Internet
Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 13/08/2013
Lindo e inteligente a opoçõa feita por ela. Adorei! beijos,chica
ResponderExcluirLindo e inteligente a opoçõa feita por ela. Adorei! beijos,chica
ResponderExcluirQue bonito! Esse sim é o verdadeiro conceito de beleza. beijos e parabéns pela visão.
ResponderExcluirAdoro seus textos!
ResponderExcluirSer você mesma em todos os momentos é uma coisa que não tem preço!
Leilamiga
ResponderExcluirMais um belíssimo texto que aplaudo com entusiasmo. Ocupou apenas o seu espaço e por isso roubou a cena é lindo, lindíssimo, lindérrimo. tu escreves muito bem. Parabéns!
Qjs
Henrique
______
Quando voltas à nossa Travessa?
Que beleza de texto!Escrevestes lindamente.Tens razão, a beleza está na simplicidade de ser o que se é, sem máscaras, rosto limpo e um coração pleno de vida.Bjs Eloah
ResponderExcluirOlá, Leila.
ResponderExcluirA verdadeira beleza é imaterial e não costuma aparentar. O ser, dispensa máscaras e adereços.
Um abração.
Leila lindona!
ResponderExcluirBelo texto também.
'A bela da tarde', filme clássico.
Pois, sim, a verdadeira beleza é a da dignidade, quando subimos ao palco da vida para sermos nós mesmas, sem máscaras. Com respeito próprio, assim a mulher conquista seu mundo, ao viver seu próprio tempo-eu como ela mesma é.
Beijos e ótimos dias!