sábado, 18 de maio de 2019

Medrosa



Tenho medo de ratos. Nem sei se a palavra certa é medo. Acredito que seja uma repulsa, me recuso a conviver no mesmo ambiente que um rato, ainda que por alguns instantes e ainda que ele (o rato) não esteja "nem aí” para mim. Contudo ainda me considero uma pessoa destemida. Não tenho medo da morte, não medo dos desafios, não tenho medo de altura, pelo contrário, adoro. Não tenho medo de crescer, tampouco das surpresas da vida. E quando tenho medo, vou com ele mesmo e nos viramos bem juntos.
O medo faz com que sejamos prudentes e isso é bom. Ruim é quando o medo nos bloqueia e nos impede de agir. Aí é pavor.
Mas devo confessar que eu tenho medo de gente. Tenho medo de gente falsa, aquelas que se parecem boazinhas, educadas e preocupadas conosco, enquanto na verdade, tramam, inventam, levam e trazem informações com o único objetivo de atrapalhar, estragar ou, como dizia a minha avó, “fazer o circo pegar fogo”. Para mim esse é o estágio mais mesquinho que o ser humano pode chegar. Este vale menos que os ratos e, por isso mesmo, tenho medo deles.
Também tenho medo dos invejosos. Daqueles que não sabem suportar a felicidade alheia. Daqueles que não conseguem se regozijar com nossas conquistas. Eles são muito bons quando precisamos deles, quando estamos por baixo, na pior ou em estado crítico. Geralmente são prestativos até o dia que não precisamos mais deles e aí, toda presteza vira ira, intensão reversa. Estes são monstros sorridentes no meio de nós. E deles precisamos nos afastar cada dia mais, até os perdermos de vista. As poucas vezes que precisei fitar uma pessoa para espantar o meu medo, elas se foram. Não suportaram um olhar que enxergasse atrás dos olhos.
Fora esses dois tipos estranhos, eu adoro gente, adoro pessoas, adoro conversar. É com as pessoas que eu aprendo, é com as pessoas que eu cresço, é com a diversidade de opiniões e pensamentos que eu fortaleço os meus princípios.
E assim eu sigo, com medo dos ratos e medo de gente. Mas sigo rodeada de gente que me querem bem de verdade  e me impulsionam a crescer cada vez mais. Dessas eu não tenho medo, posso garantir.  Nunca imaginei que medo e coragem caberiam no mesmo espaço, contudo depois de enfrentar pessoas e ratos, concluí que, esta medrosa aqui, tem mais coragem que muitos que declaram suas coragens em plena praça. Medrosa, eu? Não. Apenas atenta aos ratos.

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis


Olá pessoal,

Pessoas vêm e pessoas vão. 
Algumas nos causam medo, outras temos vontade de abraçar. 
É assim a vida! 
Os ratos as baratas e as pessoas estão aí e vão continuar. O que nos fortalece é sabe que também tem outros bichos e outras pessoas incríveis para equilibrar. 
Sigamos com nossos medos. 
Grande abraço

Leila Rodrigues


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