sábado, 28 de janeiro de 2017

Depois de andar muito


Todos os dias você se levanta e vai seguir seu ritual. Você, eu, todos nós. Você se levanta e vai cumprir a missão que a vida te deu. Não importa se você escolheu ou não, se gosta ou não. Todos os dias temos o que fazer, nem que seja esperar os minutos passarem, que é uma das tarefas mais difíceis que o ser humano pode enfrentar. Pode ser que a sua tarefa seja cuidar da casa, alimentar seus filhos. Ou pode ser cuidar de outros, ensinar, empreender, compor, ser famoso, dirigir um caminhão gigante, dar aula de biologia para uma turma de adolescentes ou atender clientes. Alguns têm noção de que isso é missão, porém muitos cumprem sua missão acreditando que é castigo. Faça chuva ou faça sol, um dia animado outro pensativo; um dia acreditando ser missão, outro acreditando ser carma, todos os dias acordamos para fazer alguma coisa. A vida é isso, cumprir todos os dias uma missão que nem nós sabemos direito qual é. 
Um dia você olha para trás e percebe que já percorreu um longo caminho. É amigo, neste momento você percebe que finalmente atingiu aquele lugar sagrado chamado experiência. A rotina, a disciplina, os erros, os acertos e a insistência fizerem de você uma pessoa experiente. Não tem glamour nenhum nisso; tem vivência, história real para contar. 
É muito mais que uma foto, um post na rede social e alguns likes. É vida vivida! Agora você pode olhar para trás e apreciar seu percurso. Rir do seu começo, brincar com a sua história. Só a experiência permite isso. 
Depois de andar muito você agora pode se permitir respirar tranquilo, pode ouvir a si mesmo e, se quiser, também pode se juntar aos mestres e ajudar àqueles que sonham saber o que você sabe. Ainda que nem tudo possa ser aprendido, tudo pode ser ensinado. E você pode diminuir os espinhos dos que estão iniciando a jornada. 
É fato que sempre haverá algo a aprender mas é muito bom saber que tudo foi e será um grande aprendizado. Pode ser que ninguém tenha te aplaudido ou que muito poucos tenham te reconhecido.  Vivemos tantos anos sem que ninguém "curtisse" os nossos feitos que isso agora não é o mais importante. A esta altura aceitamos felizes o que for de verdade. Contudo, para a nossa serenidade e felicidade o melhor mesmo é reconhecermos nossos valores e seguirmos em frente. Não há nada mais libertador que um caminho percorrido.

Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem: Foto do fotógrafo Sebastião Salgado - internet



Olá pessoal,

Aprendi muito cedo a respeitar os mais velhos. Minhas avós, pessoas muito presentes e respeitadas em minha família, foram a minha maior escola. Portanto admiro e reverencio a experiência. 
Experiência não é fama. É vida! 
Tenho visto as pessoas confundindo as duas coisas… Que pena!

Grande abraço, sempre vivendo e aprendendo


Leila Rodrigues

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Para viajar na viagem






Pra viajar na viagem

Paga a conta da padaria. Avisa que não é para entregar o pão. Deixa a cachorra no hotelzinho. Não esquece de levar a ração! E as plantas? Quem vai cuidar? Lembrou de pegar os vouchers? E o chip do celular? Tem que deixar dois cheques assinados para pagar isso e aquilo. Mãe, minha mochila estragou. Dona Leila o quê a Sra vai querer almoçar quando voltar? 
Pára tudo que eu enlouqueci! Nem quero mais viajar! 
É assim a vida de quem não tem férias. É assim a vida de quem tira uns dias para  ir ali. Uma verdadeira loucura!  Até a entrada no avião eu sei que ainda estarei falando no celular. Se não for no trabalho será com a minha mãe, ou com quem for cuidar do meu cachorro. Tudo se junta nas vésperas da viagem! A mala, a imensidão de coisas que precisam caber na mala, uma lista de coisas para levar, outra lista de coisas para fazer antes de sair e ainda tem uma terceira lista de coisas para fazer lá. Isso sem contar as encomendas e as fotos de produtos "bacanas e com nomes estranhos" que estão no celular. Não precisa me dizer, eu sei; isso é coisa de quem viaja pouco! Não aprendeu a ser prática, não aprendeu carregar pouca bagagem. Fazer o quê? Essa sou eu, tenho que assinar onde? 
Não sou de invejar ninguém. Mas vou confessar, tenho inveja das mulheres que podem viajar nos preparativos da viajem. Aquelas que ficam dias fazendo as malas, que tem organizador para tudo, que têm aquelas necessaries gigantes que cabem frascos enormes. Elas sempre saem para viajar tranquilas, perfumadas, produzidas, com cara de Coco Chanel, prontas para o passeio dos sonhos. Parece coisa de filme, surreal! Lenços, chapéu ao vento, óculos combinando com a bolsa, com  a sola do sapato. Não são mulheres normais. Elas me parecem mais uma propaganda ambulante de Resort. Meu sonho é me esconder na mala delas só para saber se elas esqueceram alguma coisa. Seria a glória! Será que eu estou no planeta errado? Ou será que são elas? Fiquei em dúvida.
De uma coisa eu tenho certeza, depois que aquele avião tirar as rodas do chão, ninguém vai se divertir mais do que eu. Posso ter esquecido o creme do cabelo, posso ter que empurrar meu marido na cadeira de rodas (como já aconteceu), posso ficar sem dinheiro e comer pão com mortadela na padaria da esquina, mas euzinha aqui, viajando de férias com pessoas que eu amo, eu esbanjo disposição  e alegria. Posso não ser boa nos preparativos e nem chegar no embarque com cara de quem mora na França, mas como companheira de viagem, não tem produção que me vença. Eu sou ótima! Vamos? 


Leila Rodrigues

Imagem da internet
Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos

Olá pessoal,

quem me conhece sabe que esta sou eu mesma. Imagine um HD antigo com múltiplos processamentos? Sou eu na véspera da viagem. Às vezes consigo bem, outras nem tanto, mas geralmente me atrapalho. A minha única vantagem é que eu ainda consigo rir de mim. Será preciso viajar muito ainda para eu tomar jeito! Que bom! 
À bientôt!

Grande abraço

Leila Rodrigues



quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Incomodada eu?





O gato da vizinha incomoda a outra vizinha. O meu cachorro incomoda a vizinha de baixo. As músicas que um gosta, o outro detesta. As festas que o vizinho dá não deixam o outro dormir. O piano que o fulano toca, agrada um e perturba o outro. É assim a lei da convivência. Um eterno agradar e desagradar. 
Já vi gente se mudando de apartamento porque não suportava mais as festas do vizinho que varavam a noite. Cansou de conversar, de explicar que acordava cedo. Não encontrou no outro nenhuma abertura para o bom-senso. Foi-se. 
Segundo o site www.quemdisse.com.br, a clássica frase “Os incomodados que se retirem” é um provérbio português. Que me desculpem os irmãos lusitanos mas acho-a um abuso. É pensando assim, que os incomodados devem se retirar, que chegamos onde chegamos. Todos nós queremos obedecer as regras, desde que elas estejam de acordo com os nossos interesses. Concordamos com tudo, ou melhor, com quase tudo; no quase reside a nossa perversão. É no quase que habitam nossos desejos que chamamos de bobos; o gato, a música, o som alto, a fila que furamos, o lixo na rua, a internet do vizinho. São tão bobos e pequenos que ninguém vai perceber. E um dia nos damos conta que esse "ninguém vai perceber” se tornou cultura popular. E consequentemente, amparados neste mesmo quase, agem os políticos, os laranjas, os funcionários “encostados" sem doença alguma, os herdeiros de benefícios eternos, os chefes de estado. 
Estamos todos incomodados e incomodando alguém. Sendo assim, fica o dito pelo não dito e está tudo bem. E assim crescem nossos filhos, assistindo a este cenário ridículo que mostramos com nossos próprios exemplos todos os dias. Incomodar o vizinho, incomodar o fluxo do trânsito, incomodar a receita do país e consequentemente seu desenvolvimento… e depois dormir tranquilo confiando no provérbio português. 
Tenho visto os incomodados reagindo. O que é muito bom. Só espero que se incomodem também com os incômodos que causam. O que precisamos mesmo é trocar o provérbio e  estampar nas redes sociais, nos outdoors e principalmente na conduta de cada um de nós é que “o certo é certo ainda que ninguém esteja fazendo e o errado é errado ainda que todos estejam praticando”. Quem sabe assim, não criamos um amanhã mais digno para os nossos filhos? 


Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem da Internet


Olá pessoal,

ninguém vive sozinho. Dependemos do ecossistema e somos parte dele. Enquanto ainda estivermos agindo na defensiva dos nossos pequenos delitos, grandes delitos acontecem bem diante dos nossos olhos e não podemos fazer nada! Pensemos nisso!!!!

Na imagem, Donald, o meu incomodado favorito!

Grande abraço


Leila Rodrigues

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Entre esquinas



Um dia turbulento é como um furacão invisível. Não há fumaça, não há fogo, mas há destroços. Naquele fim de tarde eu estava destroçado pelo meu dia cruel. Eu precisava de um colo ou de qualquer coisa que pudesse aquecer a frieza da minha alma. Àquela altura, um trago ou um gole de café bem quente era o que eu tinha, embora não resolvesse o meu problema. Sentia a minha nuca pressionar o meu cérebro e sabia exatamente que era a minha pressão subindo a cada minuto. Um homem na minha idade jamais vai assumir que tem medo, mas eu sabia nitidamente o peso das decisões que me aguardavam e os riscos que eu corria.
A rua vai me fazer bem, pensei. Liguei o som bem alto para não ouvir meus pensamentos e comecei a virar esquinas desordenadamente. Eu que sempre tive um destino certo para tudo e para todos, naquele momento não tinha destino algum. Só uma vontade de continuar andando. Esquinas sempre me intrigaram. E o que há depois de cada esquina depende de cada olhar.
Alguns bares começavam seus expedientes enquanto outras tantas pessoas se aglomeravam no ponto de ônibus a espera da “condução”. Eu procurava um rosto conhecido, uma porta aberta ou qualquer coisa que pudesse parar a minha cabeça a mil.
Parei no sinal e vi a moça fazendo malabarismo com alguns tacos. Depois ela cuspiu fogo e saiu correndo entre os carros tentando arrecadar algum dinheiro. No canto da esquina estavam seus pertences. Sua vida provavelmente. Lembrei-me da minha casa de quatro quartos, do apartamento na praia, dos meus dois carros na garagem, da quantidade de ternos no meu armário... Sorri para a moça e torci para que ela me sorrisse de volta. Queria muito conhecer o sorriso de alguém que vive com tão pouco. Não foi difícil. Ela sorriu e me pediu um cigarro. Respondi que não fumo e ela disse "também não, mas levo para o meu marido".
Acelerei o carro e continuei virando esquinas. Parei no primeiro bar e pedi algo líquido. Enquanto eu engolia o líquido âmbar que me queimava a garganta, a minha cabeça disparava um filme onde o protagonista era eu. Parado, imóvel esperando chegar a coragem para prosseguir eu lembrei-me de todas as mulheres que eu tive. Uma por uma. Todas lindas, impecáveis! E acredite, eu amei cada uma delas. Lembrei-me da moça cuspindo fogo e em seguida sorrindo para mim. E eu aqui com medo de correr riscos. Desejei não ter casa, desejei não ter nada. Desejei ter apenas as esquinas e alguém me esperando com alguns cigarros amassados na mão.

Leila Rodrigues

Olá pessoal,

atendendo ao pedido de alguns amigos, estou repostando esta crônica. 
As esquinas se apresentam em nossas vidas de diversas formas, seja para simplesmente quebrá-las, seja para virarmos nossas páginas ou para descobrirmos novas janelas.
Que consigamos enxergá-las!

Grande abraço


Leila Rodrigues

sábado, 7 de janeiro de 2017

Bora viver



Há quem aproveite a virada para rever a vida, fazer promessas e refazer expectativas. Há quem aproveite a virada para comer e beber, assim como há quem vai dormir como se fosse um dia qualquer. Não importa se você pulou ondas, se assistiu a uma grande queima de fogos, se estava na cobertura de um lindo apartamento em frente ao mar, ou dentro de um templo fazendo suas orações. O ano mudou e agora, quer queira, quer não, temos de enfrentá-lo. Gosto disso! Ninguém pediu e o ciclo se renovou assim mesmo. O ano é novo para todos nós!
E aí? Vai fazer o que? Vai sair fazendo tudo diferente do que sempre fez até ontem? Vai cumprir todas as suas promessas ou reatar aquele amor que você deixou passar? Vai se tornar uma pessoa mais paciente, vai fazer atividade física e comer menos? Há tanto a se fazer que poderíamos ficar aqui discutindo as possibilidades até amanhã. 
Então dizemos aquela frase clássica:  "Ah mais isso não é tão simples assim!!” Se fosse fácil, bastaria lermos as mensagens que recebemos no Natal e final do ano. Todas elas têm motivo de sobre para tomarmos uma atitude. Porém sabemos que é preciso mais que uma virada de ano para nossos desejos virarem prática. É preciso uma virada interior para que criemos a coragem necessária para as nossas atitudes. E muitas vezes é preciso que a vida nos chacoalhe forte para a coragem chegar. Mas até quando vamos esperar esse chacoalhão da vida? Um acidente, uma doença, a perda de alguém querido? É isso que estamos esperando para agirmos? 
Muitas vezes pensamos, pensamos e não conseguimos sair do pensamento. Agimos na impulsividade ou na passividade, dois extremos que só prejudicam o andamento de nossas vidas. O impulsivo volta rápido porque não planejou, não analisou os riscos, não pensou nas consequências e o passivo não sai do lugar porque pensou demais nessas mesmas consequências. 
O equilíbrio não é privilégio dos deuses. Viver é um eterno equilibrar-se entre as nossas vontades e nossas atitudes. É preciso agir, sim. Começar de alguma forma. Respeitando o nosso ritmo, nosso jeito e por  onde for mais fácil começar. Os motivos estão aí ao nosso dispor e cada um de nós, melhor que ninguém, sabe a diferença que as atitudes podem fazer em nossa vida. É uma questão de escolha. Estamos esperando o quê? Bora viver! Eu garanto a você que é melhor que ser um espectador!


Leila Rodrigues

Publicado no Jornal Agora Divinópolis e no JC Arcos
Imagem da Internet


Olá pessoal,

muita gente ainda curtindo as festas de início de ano, aproveitando as férias. Em contrapartida já tem gente a todo vapor com seus projetos. É o tempo de cada um! É preciso que aprendamos a respeitar os tempos de cada um. Os tempos, as opiniões, as escolhas. Respeitar as diferenças, respeitar as crenças. Aceitar o próximo é a essência da maturidade, da evolução humana.
Ah como a gente ainda tem muito que aprender!!! Bora viver que a melhor escola é a própria vida. Ela com suas lições às vezes tão distorcidas…

Grande abraço

... e que consigamos encontrar o dia de renovar nossos ciclos!

Leila Rodrigues












segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

JC Arcos entrevista Leila Rodrigues


Jornal JC Arcos entrevista Leila Rodrigues


Quem é Leila Rodrigues?
Eu sou uma filha adotiva de Arcos, cresci nesta cidade e fui imensamente feliz com os amigos e as conquistas que tive aqui. São histórias e valores e carrego até hoje comigo. Sou uma empresária do setor de tecnologia e agora também do setor de educação empresarial. Casada, mãe de dois filhos, filha do Sr. Déco e da Dona Neusa. Me considero uma pessoa que descobriu o prazer de escrever através de crônicas do cotidiano. 

Como você se tornou escritora?
Sempre gostei de escrever. Na escola, redações eram um prazer para mim. Em 2011 eu passei por um sequestro relâmpago e isso me abalou muito. Por falta de habilidade manual fui para a escrita. Os primeiros textos eram tristes, depois foram melhorando porque a tristeza nunca foi a minha essência. Logo depois veio o blog, o convite para o primeiro jornal - Jornal Agora Divinópolis, em seguida a revista Xeque Mate, o JC Arcos e por último a revista Inteligência Empresarial. 

Como você concilia a carreira profissional e a de escritora?
Não é fácil! Risos... Se fosse só a carreira profissional e escritora estava tudo resolvido. O problema é que, além das duas, sou mãe, sou filha, sou esposa, sou irmã.... Eu e quase todas as mulheres da minha geração. Eu procuro ser uma pessoa leve e bem humorada. Também conto com uma equipe muito boa ao meu lado profissionalmente o que faz toda diferença.

De onde vem sua inspiração? Como acontece seu processo de criação?
Minha inspiração pode vir de qualquer lugar, gosto muito de ler, conversar e ouvir as histórias das pessoas, elas sempre me inspiram. Sobre meu processo criativo geralmente é de manhã, bem cedinho, enquanto todos ainda estão dormindo. 

Quem são seus escritores preferidos ou que te inspiram?
Gosto muito de crônicas, Mia Couto é uma grande referência para mim. No Brasil também temos excelentes cronistas. Leio muito Rubem Alves, Marta Medeiros e Ruth Manus. Além claro, dos nossos poetas Ariano Suassuna e Adélia Prado, embora a poesia não seja meu forte. 

Qual texto teve maior reconhecimento?
Quando escrevi sobre o Tom Bege o reconhecimento foi muito grande, me surpreendeu. Acho que todos que viveram aquela época se encontraram nele. Com a internet os textos do blog tem sido muito bem recebidos e isto é muito bom. Porém é sempre uma surpresa, as pessoas descobrem um texto e aí espalham para seus grupos e quando você vê, já tem um texto diferente no topo da lista. 

Como é a sua relação com a cidade de Arcos hoje?
Embora eu não tenha nascido em Arcos eu me considero uma filha de Arcos e como meus pais e meus irmãos moram aqui eu sempre venho. Acompanho tudo que é da cidade, gosto de saber do desenvolvimento, torço pela cidade e quando encontro um arcoense em algum lugar do mundo é sempre uma alegria. 

Seus leitores podem sonhar com um livro?
Até então eu achava um pouco cedo para isso, mas confesso que já começo a imaginá-lo. Assunto não falta. 



Notas:
Jornal Agora Divinópolis - http://agora.com.vc
Jornal JC Arcos - 

Mia Couto - Escritor e Moçambique - http://www.miacouto.org


Publicado no JC Arcos em 24/12/2017
Foto do acervo de Leila Rodrigues